Após votar, Chávez cita Lula para defender seu governo

"Lula disse: todos os anos há eleições, e quando não há eleições, Chávez a inventa. Na Venezuela há excesso de democracia", disse

Venezuelanos encontram filas nos colégios eleitorais neste domingo/Foto: REUTERS

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, após votar na tarde deste domingo para as eleições legislativas do país, citou o colega Luiz Inácio Lula da Silva, ao argumentar que seu governo é "o mais democrático" do país "senão do mundo".

Ao falar sobre o pleito, em coletiva de imprensa, Chávez reiterou que a participação cidadã em seu país, diferentemente das acusações que o chamam "de tirano ou ditador", é plena.

"Aqui a democracia é plena, os grupos de cidadãos organizados podem dizer [o que querem]. Um senhor no Equador disse que vai tirar [o presidente Rafael] Correa, podem dizer, há liberdades. Podem dizer que vão tirar Chávez, mas quem decide é que o povo. Isso é a democracia", enfatizou.

"Uma vez, Lula disse (...) que na América Latina não existe uma democracia como a venezuelana", continuou Chávez, aproveitando a ocasião para enviar cumprimentos ao Brasil e ao colega que "tem feito um ótimo trabalho".

"Lula disse: todos os anos há eleições, e quando não há eleições Chávez a inventa, na Venezuela há excesso de democracia", lembrou líder venezuelano.

Chávez após votar neste domingo/Foto: Reuters

Ao iniciar suas declarações, Chávez recordou também que "há 20 anos, eu vi com estes olhos quando a direita roubou os votos descaradamente da esquerda".

Iniciada às 6h locais (7h30 no horário de Brasília), as eleições deste domingo têm como objetivo eleger os 165 membros da Assembleia Nacional, que assumem em janeiro do próximo ano para mandato de cinco anos, e os 12 representantes do país no Parlamento Latino-americano (Parlatino).

Rosaura Flores e José Francisco López mostram os dedos pintados de azul após votar. (Foto: Daniel Buarque/G1)

Fila para votar na região de Altamira, de classe alta. (Foto: Daniel Buarque/G1)

Além dos colégios na Venezuela, que permanecem abertos até às 18h locais (19h30 no horário de Brasília), cidadãos residentes em outras nações também podem participar. Foram instaladas seções em 126 representações diplomáticas em 85 países.

Segundo pesquisas de intenção de voto divulgadas recentemente, os candidatos do Psuv devem obter entre 50% e 54% dos votos. Caso os prognósticos se confirmem, eles perdem a maioria qualificada que têm atualmente.

Problemas

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela garantiu que os incidentes registrados desde o início das eleições legislativas do país já foram controlados ou solucionados. "Temos alguns pequenos incidentes e devemos reconhecer que para este momento, em comparação com outros processos eleitorais, foram completamente controlados, e atendemos todas as ocorrências com celeridade", declarou a presidente do órgão, Tibisay Lucena, após o registro em alguns problemas em pontos distintos do território venezuelano.

Lucena, ao falar com a imprensa, pediu ainda às pessoas que colaborem para a "paz e tranquilidade" do processo. "Todos estamos colaborando e a alegria com a qual se desenvolve o processo deve continuar até o fim do dia", solicitou.

Sobre os centros eleitorais afetados pelas chuvas dos últimos dias, a titular do CNE ressaltou a eficácia das entidades venezuelanas.

"Trabalhamos principalmente no estado de Vargas e no Distrito Capital (...) e, com grande satisfação, podemos dizer que -- graças à ação imediata e oportuna das diferentes instituições (...) -- os inconvenientes foram resolvidos", completou.

Em Vargas, um dos estados mais castigados pelas tempestades, tanto os candidatos governistas, do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv), quanto os opositores, da Mesa de Unidade Democrática (MUD), conseguiram exercer seu direito ao voto, com tranquilidade.

Néstor Ramirez, coordenador regional do CNE no estado, indicou o registro de alguns incidentes e falhas em cerca de 12 máquinas de votação, que foram respostas imediatamente.

O pleito, iniciado às 6h locais (7h30 no horário de Brasília), teve ainda denúncias de supostas ameaças contra eleitores e candidatos.

De acordo com o jornal El Universal, o postulante opositor Yván Olivares, de Caracas, foi impedido de votar por homens "motorizados, com pedras e fuzis, que fizeram disparos".

No momento, há grandes filas em quase todos os pontos de votação, o que demonstra que o apelo das autoridades e dos candidatos do país funcionou. Nas primeiras horas da manhã, dirigentes de ambos os setores saíram às ruas e pediram à população que participasse do processo antes das chuvas, previstas para esta tarde.

Fontes: ANSA - IG

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