Após terremoto, Nova Zelândia teme temporal

Meteorologia prevê ventos de até 130 km/h em áreas afetadas pelo tremor

Um temporal pode provocar novas destruições nas próximas horas na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, após o terremoto de 7 graus na escala Richter que atingiu a região na última sexta-feira (3) e dos quase 30 tremores secundários que voltaram a levar medo aos moradores.

O terremoto, o mais forte registrado no país nos últimos 80 anos, provocou muitos danos materiais em Christchurch, mas não causou nenhuma morte. Ao menos duas pessoas ficaram feridas com gravidade na cidade de 340 mil habitantes.

Veículo dos serviços de emergência passa por rua alagada em Chirstchurch, na Nova Zelândia; após terremoto, país teme temporais com ventos fortes/Rebeca Todd/04.09.2010/AFP

Após o tremor, os ventos de até 130 km/h e as fortes chuvas previstas para esta segunda-feira (6) podem causar novos danos em construções já abaladas. Além disso, a forte precipitação também pode provocar enchentes em área já severamente afetadas.

De acordo com a Defesa Civil neozelandesa, os tremores secundários em Christchurch e nas proximidades devem prosseguir por várias semanas. O centro da cidade permanece fechado e as autoridades examinam a situação dos edifícios para decidir se devem ser abandonados ou não.

O governo declarou estado de emergência na cidade e decretou um toque de recolher das 19h às 7h no centro de Christchurch. Além disso, polícia e Exército foram mobilizados para ajudar nas tarefas de emergência e para evitar possíveis saques.

O tremor da última sexta-feira, sentido na Ilha do Sul na Ilha Norte, foi o mais forte registrado na Nova Zelândia desde o terremoto de 1931 na Baía de Hawke, que matou 256 pessoas.

A Nova Zelândia fica no chamado anel de fogo do Pacífico, no limite das placas tectônicas da Austrália e do Pacífico. O país registra quase 15 mil tremores anuais, a maioria de baixa magnitude.


Brasileira conta como foi o terremoto na Nova Zelândia

A gerente de marketing Kamilla Camillo, de 28 anos, foi acordada às 4h35 da manhã de sábado (13h35 da tarde de sexta em Brasília) pelo terremoto de 7 graus na escala Richter que sacudiu a Nova Zelândia nesta sexta-feira (3). Mais tarde, enquanto falava por telefone com o R7, um tremor secundário, ou réplica, voltou a sacudir a casa onde mora com outras três pessoas.

A brasileira contou que a primeira reação ao terremoto foi agarrar o cachorro e correr para baixo do batente da porta, como mandam os procedimentos de emergência.

- Logo depois comecei a gritar para meus amigos também se protegerem. A casa estava balançando muito.

Kamilla diz que "não teve tempo para sentir medo" porque sua primeira reação foi totalmente racional: correr para se proteger. Só minutos mais tarde é que o alcance do tremor foi percebido pela gerente de marketing e por outros dois amigos brasileiros que passam férias no país.

- Quando começamos a discutir o terremoto é que o medo bateu.

Enquanto falava com o R7 sobre as reações dos amigos ao tremor, Kamilla começou a dar ordens em inglês para os outros moradores da casa. Era um novo tremor que voltava a balançar a casa da brasileira.

Nesse momento, a reportagem pediu para a ela que procurasse um abrigo e encerrou a entrevista.

Experiência em navios ajudou na hora do terremoto

Kamilla, que é natural de Cuiabá e vive há seis anos fora do Brasil - há dois na Nova Zelândia -, contou que a experiência de ter trabalhado durante muito tempo em navios de cruzeiro ajudou no momento do tremor.

- Acho que todo o treinamento de emergência que fiz nesses navios foi muito importante. Parece que minha reação foi instintiva.

A brasileira disse que essa foi a primeira vez que passou por um terremoto, mas que a população da Nova Zelândia recebe orientações constantes sobre o que fazer em caso de abalos.

- As autoridades sempre dizem para todo mundo manter um kit de emergência ao alcance. O procedimento de correr para baixo do batente da porta, onde a estrutura é mais forte, também é padrão.

Prédios desabaram no centro

Segundo a Kamilla, a mídia local relatou o desabamento de prédios no centro de Christchurch. Os jornais também falaram que pessoas sofreram ferimentos leves, mas que não havia mortos pelo tremor.

- Posso ouvir o som de ambulâncias passando a todo momento aqui. Estão pedindo para que ninguém vá para o centro da cidade porque prédios caíram e ruas ficaram danificadas.

Apesar do congestionamento nas linhas de telefone celular, a brasileira já conseguiu avisar o pai e a mãe, que moram no Brasil, de que está bem.

Terremoto agita redes sociais na internet

Logo após um terremoto de 7 graus na escala Richter atingir a Ilha Sul da Nova Zelândia nesta sexta-feira (3), usuários se manifestam em massa sobre o tremor nas redes sociais da internet.

Pelo Twitter, pessoas  postavam fotos sobre o ocorrido, enquanto outras mandavam recados para familiares e mensagens positivas para os envolvidos no tremor.

Como o epicentro do terremoto está a 30 km de Christchurch, a segunda maior área urbana do país com 342 mil habitantes, a maioria das mensagens chega desta região. Uma usuária da cidade disse estar tudo bem com ela e sua família.

Aqueles que possuem parentes na região também mandam os recados, como uma mãe que ainda não recebeu notícias do filho.

- Meu filho está em Christchurch. Aguardo por notícias para saber se ele está ok após o terremoto de 7 graus.

O tremor ocorreu a uma profundidade de 16 km. Segundo o portal de internet local Stuff.co.nz, várias construções foram denificadas e o tremor provocou cortes de energia.

Inicialmente, o USGS divulgou uma intensidade de 7,2 graus, mas revisou o registro para 7. De acordo com a rede de televisão local TVNZ News, hospitais estão abarrotados com a chegada de feridos do terremoto. Nenhum deles apresentavam ferimentos graves, segundo o porta-voz do hospital.

Câmera registra momento de terremoto na Nova Zelândia


Imagens feitas por câmeras de segurança de um supermercado registraram o momento do terremoto de magnitude 7,2 que atingiu a Nova Zelândia na sexta-feira (3).

O primeiro-ministro da Nova Zelândia, Jonh Key, disse neste domingo (5) que o país vai demorar pelo menos um ano para reconstruir a região que foi atingida pelo tremor. Mais de 500 edifícios ficaram danificados e pelo menos 20% das casas da região ficaram inabitáveis.

Especialistas começaram a avaliar neste domingo os danos nas estruturas dos prédios para acelerar os trabalhos de reconstrução.

Por segurança, as escolas vão continuar fechadas nos próximos dias. O governo já havia decretado estado de emergência para evitar que as pessoas sejam atingidas por destroços que continuam a cair.

O tremor de magnitude 7,2 atingiu principalmente o sul da ilha. O epicentro foi registrado a 30 quilômetros da cidade de Christchurch, a segunda maior do país, com cerca de 400 mil habitantes.

Menino brinca de skate em rua destruída em Paiapoi, 20 km ao sul de Christchurch, cidade mais atingida pelo terremoto na Nova Zelândia (Foto: Rob Griffith / AP)



Fontes: R7- AFP

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