Hillary acusa Irã de pôr o mundo em risco e pede resposta internacional

O programa nuclear do Irã tornou-se o foco das atenções na conferência da ONU

Hillary Clinton faz discurso em conferência da ONU e pede resposta internacional à ameaça imposta pelo programa nuclear iraniano/Richard Drew/AP

A Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, adotou um tom ainda mais duro contra o Irã nesta segunda-feira ao afirmar que a ambição nuclear do país do Oriente Médio coloca o mundo em risco. Ela voltou a pedir uma dura resposta internacional contra o programa nuclear iraniano.

"O Irã vai fazer o que puder para desviar a atenção de si próprio em uma tentativa de evitar prestar contas", disse Hillary em seu discurso na reunião do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

Hillary propôs que o tratado de não-proliferação torne-se mais rígido com a introdução de "penalidades automáticas" para aqueles que não cumprirem as regras, em vez de depender de tanta diplomacia. As ações do Irã "colocaram em risco o futuro do regime de não-proliferação", disse ela.

Mais cedo hoje, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, rejeitou as acusações de que seu país mantém um programa nuclear com fins militares e disse que as nações que ameaçam usar armas atômicas deveriam ser punidas, numa clara referência aos Estados Unidos.

O presidente afirmou ainda que 'nenhuma única prova' foi apresentada até o momento sobre as alegações do Ocidente de que o programa nuclear do Irã tenha fins militares

Sanções ao Irã

Os EUA e outras potências ocidentais acusam o Irã de tentar desenvolver armas nucleares violando o compromisso feito sob o tratado de não-proliferação. O Irã afirma que seu programa nuclear visa apenas gerar eletricidade.

Três membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU --França, Reino Unido e EUA-- têm pressionado por uma quarta rodada de sanções da ONU contra o Irã.

A China e a Rússia, que também são membros permanentes do Conselho de Segurança, têm importantes relações comerciais com o Irã e, por isso, se mostram relutantes em apoiar as sanções.

As negociações têm se desenrolado por semanas e diplomatas das seis nações confirmam que estão longe de um acordo. A presença de Ahmadinejad nos EUA poderia ser, neste caso, um distrativo nada bem-vindo.

TNP

O Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) é considerado o pacto de armas nucleares mais importante do mundo, responsável por evitar a proliferação delas para dezenas de países desde que entrou em vigor, em 1970.

Os membros do tratado se reúnem a cada cinco anos para discutir novas abordagens do tema. Os únicos países que não são signatários são Índia, Paquistão, Coreia do Norte, todos países que têm arsenal nuclear ou programas de armas, e Israel, que tem um arsenal nuclear não reconhecido.

Em três das sete últimas conferências, os membros não conseguiram chegar a um consenso de declaração, inclusive em 2005, quando a administração americana do presidente George W. Bush não estava disposta a discutir controle de armas.

Obama trouxe os EUA de volta à mesa de negociações, inclusive assinando um novo acordo com a Rússia para redução do arsenal nuclear.

Fontes: FOLHA - Agências

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