Em Gyegu, próxima a epicentro, maioria das casas era de madeira. Tremor de magnitude 6,9 deixou 400 mortos e cerca de 10 mil feridos.
Mapa localiza província de Qinghai, local do epicentro do tremor (Foto: Editoria de Arte / G1)
Muitas pessoas continuam sob escombros na cidade de Gyegu, próxima ao local do epicentro do terremoto de magnitude 6,9 que atingiu a província de Qinghai, na China, nesta terça-feira (13), deixando ao menos 400 mortos e mais de 10 mil feridos.
Um porta-voz do governo de Yushu, na região autônoma do Tibete, disse à agência estatal Xinhua que 85% das casas, a maioria feitas de madeira e barro, foram destruídas pelo tremor e pelas consecutivas réplicas.
"Eu vejo pessoas feridas por toda parte. O maior problema agora é a falta de barracas, equipamentos, remédios e equipes médicas", disse Zhuohuaxia.
O presidente Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao determinaram às autoridades locais que visitem as regiões atingidas para levar ajuda aos afetados pelo desastre.
O governo de Taiwan ofereceu nesta quarta-feira o envio de equipes de resgate e salvamento para ajudar às vítimas do terremoto.
A região atingida faz fronteira com o Tibete, é uma área rural montanhosa e habitada por camponeses, nômades mongóis e tibetanos.
Segundo o Centro de Pesquisas Geológicas dos EUA (USGS), o tremor teve magnitude de 6,9, com epicentro situado 380 km a sudeste da cidade de Golmud, a uma profundidade de 46 km. O USGS informou ainda que ocorreram quatro tremores secundários, de 5,3, 5,2, 5,8 e 4,8 de magnitude, na meia hora posterior ao terremoto principal.
As autoridades chinesas, no entanto, informaram que o abalo, que ocorreu às 7h49 locais (20h49 de terça-feira, 13, em Brasília), foi de magnitude 7,1.
Imagem de casa destruída em região da China atingida por forte terremoto. (Foto: Xinhua/AP Photo)
Funcionários de Qinghai, citados pela agência Nova China, revelaram que casas desabaram na região do epicentro, no distrito de Yushu. Há relatos de estradas danificadas ou bloqueadas por deslizamentos de terra e de telecomunicações interrompidas.
A Xinhua informa ainda que na cidade de Jiegu 85% das casas desabaram.
Resgate
Cerca de 700 soldados e voluntários vasculham os escombros à procura de sobreviventes. O governo informou que mais 1.000 soldados e 5.000 socorristas serão enviados aos pontos atingidos pelo abalo.
"Nossa primeira tarefa é salvar estudantes. As escolas são lugares que têm sempre muita gente", disse Kang Zifu, oficial do Exército que está na operação de resgate em Yushu. "Estamos agora providenciando tendas e transporte de oxigênio para tratar os feridos", acrescentou.
A agência de notícias chinesa Xinhua relata que os tremores destruíram parte do prédio do governo de Yushu e algumas escolas vocacionais e primárias.
Tropas foram enviadas para Yushu e organizações privadas já enviaram suprimentos de ajuda humanitária por avião da capital provincial, Xining.
O primeiro terremoto, de magnitude 5, atingiu a região de Qinghai às 18h40 desta terça-feira, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), que monitora a atividade sísmica mundial. O tremor teve profundidade de 18,9 km e epicentro a 230 km de Qamdo, na região do Tibete.
Desde então, outros cinco tremores atingiram o mesmo local. O mais forte deles foi registrado com magnitude 6,9 e atingiu a mesma região às 20h49, também segundo o USGS. O instituto afirma que o tremor foi registrado a uma profundidade de apenas 10 km e epicentro a 240 km de Qamdo.
A agência de notícias Xinhua cita funcionários do Centro de Terremotos da China dizendo que ao menos 18 réplicas --tremores secundários-- foram registrados e que mais terremotos de magnitude maior do que 6 são esperados nos próximos dias.
Esta foi uma das zonas afetadas pelo terremoto que, em maio de 2008, atingiu o norte da vizinha Província de Sichuan, deixando cerca de 87 mil mortos e desaparecidos. Entre as vítimas estavam milhares de estudantes de escolas primárias.
Cinco milhões de pessoas perderam suas casas no tremor e as autoridades estimaram que o trabalho de reconstrução levaria três anos.
Segundo levantamento feito pelo governo em 2005, região tem cerca de 89 mil habitantes, a maioria pastores e agricultores.
O platô tibetano é constantemente sacudido por tremores, mas os danos são mínimos porque a área é pouco habitada. A exceção foi o terremoto de magnitude 8 que atingiu a província chinesa de Sichuan em maio de 2008, matando mais de 80 mil pessoas.
Fontes: G1 - TV Globo - FOLHA - Agências
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