Lula diz que é preciso reformar ONU para discutir armas nucleares

Presidente diz na Cúpula de Segurança Nuclear que a organização perde credibilidade

Obama recebe Lula; Brasil mostra boa disposição sobre a segurança nuclear mas cobra reforma da ONU de olho no Conselho de Segurança/Jewel Samad - 12.abr.2010/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou um texto, nesta segunda-feira (12), dizendo que "a ONU está perdendo credibilidade" e que a discussão em torno das armas nucleares no mundo deve ocorrer junto com uma reforma da organização. O chefe de Estado brasileiro está em Washington, onde participa de uma cúpula convocada pelo governo americano.

Segundo o Itamaraty, o texto serve como base para as intervenções de Lula. O presidente deve falar uma vez durante o jantar oferecido por Barack Obama aos representantes de 47 países, convidados a discutir a segurança dos arsenais nucleares do mundo. Lula terá direito a mais três intervenções ao longo das duas sessões plenárias com os líderes mundiais nesta terça-feira (13) em Washington, EUA.

O texto diz que "não podemos falar em segurança nuclear sem pensar em que tipo de governança global administra a segurança internacional no mundo de hoje. Nas áreas comercial, financeira e de mudança do clima, vemos progressos, com o estabelecimento de arranjos mais representativos para lidar com os desafios do mundo atual. Mas na área de segurança internacional isso ainda não vem ocorrendo. Persistem as estruturas e as regras de 1945."

"A ONU vem perdendo credibilidade. Ao não contar com um Conselho de Segurança mais representativo e com maior legitimidade - e cada vez mais descompassado com a realidade atual --, as Nações Unidas perdem espaço na governança da segurança internacional. Isso não interessa a ninguém", segundo Lula.

O texto do presidente argumenta que o Brasil é um país pacífico, que apoia o fortalecimento de instituições multilaterais como a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) e quer o fim de todas as armas atômicas.

Irã arrasta Brasil para discussão

Lula deve receber cobranças por conta da polêmica aproximação do Brasil com o governo de Mahmoud Ahmadinejad do Irã, que insiste em desenvolver um programa nuclear que desperta desconfiança nos países do Ocidente, como os EUA.

O objetivo da cúpula, segundo a própria Casa Branca, é arrancar de todos os países compromissos concretos para garantir a segurança de todos os materiais nucleares em um prazo de quatro anos, de modo que se evite que caiam em mãos de grupos terroristas ou de regimes hostis.

Fontes: R7- AFP

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