Casas Bahia e Pão de Açúcar reavaliam fusão

Família Klein estaria insatisfeita

Pouco mais de quatro meses depois de se tornarem sócias, as famílias Klein, da Casas Bahia, e Diniz, do Pão de Açúcar, estão renegociando valores e algumas condições do contrato.

Segundo a Folha apurou, a família Klein está insatisfeita por ter vendido o controle do negócio e acredita que ele tenha sido subavaliado.

A notícia de que as duas empresas iniciaram um processo de renegociação do contrato foi relevada ontem pelo portal da revista "Exame". O vazamento da informação incomodou o Grupo Pão de Açúcar, que preferia ter mantido a negociação em caráter privado.

A compra do controle da Casas Bahia transformou o Pão de Açúcar na quinta maior empresa do país, com R$ 40 bilhões de faturamento.

Os grupos se tornaram sócios de uma nova holding, que é dona da Globex, rede de bens duráveis que era subsidiária integral do Grupo Pão de Açúcar. Para ficar com o controle (51%) da nova empresa, o Pão de Açúcar entrou com a rede Ponto Frio, avaliada na operação em R$ 1,23 bilhão, e com a rede Extra Eletro, avaliada em R$ 120 milhões.

A Casas Bahia entrou com ativos e passivos operacionais, incluindo 25% da fábrica de móveis Bartira, pertencente à família Klein, e uma dívida líquida de curto prazo no valor de R$ 950 milhões. Já contabilizada a dívida, a parte da Casas Bahia (49%) foi avaliada em R$ 1,29 bilhão.

Não entraram na operação, permanecendo com a família Klein, a propriedade dos imóveis das lojas e dos centros de distribuição, 75% da Bartira e mais R$ 1 bilhão em créditos recebíveis. A família Klein ficou ainda com um contrato de aluguel de mais de 500 lojas por um prazo de dez anos, prorrogável por mais dez, que deve render algo como R$ 130 milhões por ano. Também assegurou um contrato de fornecimento de móveis por três anos (R$ 18 milhões/ano).

Quando a operação foi anunciada, no dia 4 de dezembro, a previsão era que a conclusão do negócio levaria seis meses. Na época, o presidente do Conselho de Administração do Pão de Açúcar, Abilio Diniz, que foi quem propôs o negócio aos Klein, disse que essa era "uma operação em que todos ganham".


Fonte: FOLHA/MARIANA BARBOSA

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