Projeto poderia manter as sobretaxas e consequente retaliação brasileira
Um novo projeto de lei apresentado nesta terça-feira à Comissão de Finanças do Senado americano pode aumentar a pressão pela manutenção da sobretaxa imposta ao álcool brasileiro.
A proposta, de autoria dos senadores Chuck Grassley (republicano do Estado de Iowa) e Kent Conrad (democrata de Dakota do Norte), estende por mais cinco anos a sobretaxa de 54 centavos de dólar por galão (3,78 litros) ao álcool importado.
O projeto também renova por cinco anos os subsídios concedidos aos produtores de etanol dos EUA.
A apresentação da proposta, ainda sem data para ser votada na comissão, ocorre um mês depois da introdução de um projeto semelhante na Câmara dos Representantes.
Independência energética
Na apresentação de seu projeto, Grassley e Conrad pedem que o Senado aprove a lei para "fortalecer a independência energética dos Estados Unidos e criar empregos por meio da produção doméstica de biocombustíveis".
Os dois senadores voltaram a citar estudos, já mencionados na apresentação da proposta que tramita na Câmara, segundo os quais 112 mil empregos seriam perdidos caso os subsídios não sejam renovados.
Grassley é uma voz influente no Senado e tem forte ligação com o setor agrícola.
O Estado que representa é um dos maiores produtores de milho e de etanol do país.
Ao contrário do produto brasileiro, à base de cana-de-açúcar, o etanol produzido nos Estados Unidos é feito à base de milho.
Reação
Em um comunicado, a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar, entidade que representa os produtores de álcool brasileiros) considerou "irônico" que o Congresso americano pretenda impor tarifas ao álcool ao mesmo tempo em que permite que petróleo de "nações hostis ao seu país" circule livremente.
A nota, assinada pelo representante da Unica na América do Norte, Joel Velasco, também menciona o fato de o Brasil ter eliminado a tarifa de 20% ao álcool importado.
"No início de abril, o Brasil deu um passo importante para a criação de um mercado aberto e global para os biocombustíveis, ao eliminar a tarifa de 20% sobre álcool importado pelo país até o final de 2011", diz o texto.
"A Unica vem pleiteando junto ao governo brasileiro para que a eliminação da tarifa seja permanente, se o Congresso americano fizer o mesmo e reduzir sua tarifa sobre o álcool importado."
Fontes: FOLHA - BBC/ALESSANDRA CORRÊA
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