Produto tem como objetivo levantar fundos e divulgar o movimento.
Lançamento será feito no dia 28 de fevereiro em São Paulo.
Calendário com a subprefeita Soninha Francine será lançado no fim do mês em São Paulo (Foto: Carlos Alkmin/CicloBR)
Nua e ao lado de uma bicicleta. É assim que a subprefeita da Lapa, Soninha Francine (PPS), irá aparecer em uma das folhas de um calendário que será lançado no dia 28 de fevereiro pela ONG CicloBR, em São Paulo. O calendário mostra diversos cicloativistas em poses discretas e não explícitas e tem como objetivo levantar fundos e divulgar o movimento.
Apesar de ter sido a sua primeira experiência do tipo, Soninha disse não ter se intimidado com a falta de roupa. “Eu não tenho problema exatamente em ficar sem roupa. Eu tenho mais vergonha de posar para foto. No Brasil, o corpo erotizado aparece em qualquer comercial. Agora o corpo nu, sem erotismo, é tabu”, disse a subprefeita ao G1 na manhã desta segunda-feira (8).
“Eu entendi que não ia ser nada escandaloso, explícito e pornográfico, aí eu topei. São duas coisas que eu acredito – o cicloativismo, que é uma linha forte que tem que ser seguida, e a nudez. A gente tem que aprender a lidar com isso", completou ela, que tem três filhas.
O problema, segundo ela, foi não estar se sentindo bem com sua aparência. “Eu sabia que eles [a ONG] estavam preocupados, então eu não me preocupei muito. Eu não estava em um dia bom, animado, nem de boa aparência. Estava supercansada, estava muito quente, não estava me sentindo bonita. Coisas bestas, que não têm a menor importância”, contou.
As fotos foram realizadas no mês de dezembro. Soninha fez as suas em um estúdio, na companhia de outros cicloativistas. A foto oficial, que vai sair no calendário, ainda não foi divulgada, mas a pose é semelhante à que foi fornecida pela ONG. “A ideia foi mostrar algo como se estivesse meio acuada atrás das bicicletas, como se alguém tivesse te fechado na rua”, contou a subprefeita.
Segundo André Pasqualine, coordenador da CicloBR, a decisão de fazer as imagens com os fotografados nus foi tomada para chamar mais a atenção das pessoas, mas também tem ligação com a causa que a ONG defende. “A decisão do nu é um envolvimento direto ao pedalar nu, ao quanto que você esta frágil no trânsito, como se estivesse nu”, afirmou.
Em 2008 e 2009, a ONG participou do World Naked Bike Ride SP, quando ciclistas pedalaram pela cidade nus e seminus. Na primeira edição, um participante que chegou a ficar completamente sem roupa foi detido.
Com o nome de "Como nus sentimos", o lançamento será feito durante um evento da ONG no Parque das Bicicletas. O preço do calendário, que foi feito para ser pendurado na parede, ficará entre R$ 40 e R$ 50. Estarão disponíveis duas versões diferentes, abrangendo os meses de março de 2010 até fevereiro de 2011.
Repercussão
Consciente da repercussão que uma foto nua pode causar, Soninha não se preocupa com os impactos em sua vida. “Eu acho que poucas pessoas vão ter a liberdade ou a coragem de vir falar comigo diretamente a respeito. Se vierem, é certamente para brincar. Quem achar horrível, absurdo, um escândalo, descompostura, provavelmente vai falar de mim para os outros”, disse Soninha.
Em relação à sua carreira política, a subprefeita admite que pode perder apoios, votos e adesões. “Mas isso é até o que deve acontecer, se as pessoas discordam de você, do que você acredita, do modo que você faz as coisas. Quando você começa a medir muito o que você faz, vira uma coisa amorfa que defende tudo mas não defende nada até o fim.”
Outras polêmicas
Antes de posar nua, Soninha já esteve envolvida em outras polêmicas. Em 2001, ela admitiu em uma entrevista que fumava maconha. Em 2008, durante a campanha para a prefeitura de São Paulo, cargo ao qual ela concorreu, a atual subprefeita defendeu a descriminalização do uso da droga no país.
No ano passado, ao ser assaltada nas proximidades da subprefeitura, Soninha contou ter negociado com o assaltante para que ele não levasse seu celular. Preocupada em perder os contatos da agenda, ela teria perguntando quanto ele queria para não levar o telefone. "Ele me pediu R$ 50 e eu disse que não tinha R$ 50 no bolso porque não saí para ser assaltada", contou na época.
Soninha disse que depois de uma longa conversa, o convenceu a levar os R$ 35 que ela tinha no bolso. Ela contou que não foi a primeira vez que negociou com criminosos para reduzir os danos do crime. "A gente nunca sabe como é uma tentativa de assalto. Essa foi a quarta vez que negociei com um assaltante. Na primeira vez, o joelho amoleceu e, ontem, não vou dizer que não fiquei com um frio na barriga, mas estava tranqüila”.
Fonte: G1
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