Presidente de Honduras pede que Zelaya "pare de incomodar" o país

Comentário de Lobo, é reação às novas propostas de Zelaya junto à OEA


O presidente de Honduras, Porfirio Lobo, que pediu para Zelaya parar de incomodar / Gustavo Amador/Efe

O presidente de Honduras, Porfirio "Pepe" Lobo, pediu hoje ao ex-presidente Manuel Zelaya, deposto por meio de um golpe de Estado em junho do ano passado, que "pare de incomodar Honduras".

Ontem (18), Zelaya havia dito que irá à reunião do Grupo do Rio que acontece no México entre os próximos dias 22 e 23 de fevereiro para propor mecanismos que impeçam a realização de novos golpes no continente.

Entre os mecanismos que Zelaya pretende propor está o de dissolver todo Exército envolvido em um golpe de Estado, o que Lobo rejeitou totalmente. "Não acho que haja nada que esteja acima do nosso direitos de nos dirigir internamente, eu sugeriria ao ex-presidente Zelaya que se acalme, que pare de incomodar Honduras", disse.

O ex-presidente hondurenho foi tirado do poder em um golpe realizado pelo Exército sob aval do Congresso e do Judiciário às vésperas de realizar um plebiscito que instalaria reeleição no país. Expulso, Zelaya voltou a Honduras meses mais tarde, clandestinamente, e se abrigou na embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde permaneceu por mais de quatro meses, até obter a autorização de Lobo para viajar ao exílio, na República Dominicana.

Na defesa de sua proposta antigolpe, Zelaya afirmou que é necessário"dotar a comunidade internacional de unhas e dentes e trabalhar no fortalecimento da democracia para que esta situação [de golpe] não volte a ocorrer".

Lobo compareceu hoje a evento de comemoração pelos 36 anos da Força Aérea Hondurenha (FAH), em uma base aérea.

Brasil

O presidente Lula, que agora admite reatar relações com novo presidente de Honduras / Sérgio Lima/Folha Imagem

Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, por meio de um porta-voz, que quer retomar o "diálogo" com Honduras e defende a volta do país à OEA (Organização dos Estados Americanos).

O presidente Lula disse estar "preocupado com o precedente aberto pela ruptura institucional [que representou o golpe]", mas que considera "importante o retorno de Honduras à OEA" e a "retomada do diálogo" com o governo de Lobo.

Essa declaração é mais um indício de que o Brasil está disposto a rever a rígida postura que manteve com relação ao processo eleitoral que levou Lobo ao poder --e que foi realizada sob o regime interino instalado após a deposição de Zelaya. O hondurenho, que tomou posse em janeiro passado, ainda não foi reconhecido pelo governo Lula como presidente legítimo.

Essa nova posição coincide com a postura do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, que defendeu o retorno de Honduras ao organismo, apesar da resistência de alguns países, como o próprio Brasil, que não reconhecem Lobo como governante.

Fontes: FOLHA - Efe - France Presse

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