Marido da atual presidente teria usado informações privilegiadas para realizar a compra.
Ex-presidente do Banco Central da Argentina, Martin Redrado, disse que tinha uma lista de amigos do poder que compraram dólares / Pablo Molina/AFP
O deputado argentino Néstor Kirchner foi acusado de comprar US$ 2 milhões (R$ 3,7 milhões) em outubro de 2008, a poucos dias da crise financeira que desvalorizou o peso argentino. Kirchner é ex-presidente da Argentina e marido da presidente do país, Cristina Kirchner.
A suspeita é de que ele tenha usado informações privilegiadas para realizar a compra. O escândalo surge logo após a disputa do ex-presidente do Banco Central, Martín Redrado, com os Kirchner. Redrado, que teve sua renúncia rejeitada neste domingo (31), mas está na prática fora do cargo há mais de uma semana, ameaçou que iria divulgar a lista “dos amigos do poder que compram dólares”.
Pela suspeita de uso de informação privilegiada, a oposição argentina, relatou o jornal El Clarín nesta segunda-feira (1º), qualificou o ato de imoral e antiético e informou que irá somar este fato à denúncia penal por associação ilícita contra Kirchner.
A opositora Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, foi quem anunciou a intenção de seu partido. A denúncia por associação ilícita envolve Kirchner, funcionários e empresários de seu entorno e foi apresentada em novembro de 2008. O processo tramita sob os cuidados do juiz federal Julián Ercolini.
O deputado Juan Carlos Morán, também da Coalizão Cívica, disse ao Clarín: - Se há juízes e fiscais independentes, Kirchner tem de ir preso.
Além de Kirchner, também compraram muitos dólares às vésperas da crise, o sindicalista Hugo Moyano, que é pai do governador de Tucumán e aliado dos Kichner, José Alperovich, e duas empresas de Juan Carlos Relats, empresário que tem negócios com os Kirchner.
Juiz responde ao casal Kirchner
Outro jornal argentino, o Página 12, publicou nesta segunda-feira que o juiz Carlos Fayt, da Suprema Corte de Justiça da Argentina, respondeu as acusações da presidente Cristina Kichner contra os magistrados.
- Eu não estou em nenhuma conspiração, estou na Justiça, que é um poder do Estado, e obviamente não é um partido político.
As declarações ocorreram hoje, quando Fayt voltava de férias.
Cristina e sua base de apoio criticaram a Justiça nos últimos dias por decisões favoráveis a Martín Redrado, que acabaram retardando sua saída do cargo e provocando desgaste para a presidente.
Ela havia tentado primeiramente pedir que Redrado renunciasse, ele se negou. Então Cristina tentou demitir o presidente do Banco Central por meio de um decreto, algo contestado, pois sua demissão teria de passar pelo Parlamento (onde Redrado tinha apoio). A Justiça acabou restituindo Redrado no cargo, mas ele acabou renunciando.
Fontes: AFP - R7
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