Obama diz que EUA trabalham por "sanções significativas" ao Irã

Novas sanções poderiam ser aprovadas.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira que a comunidade internacional avança "bastante rapidamente" para a impor um "regime significativo de sanções" contra o Irã por seu programa nuclear, depois que Teerã iniciou o processo de enriquecimento de urânio a um nível mais alto.


"Apesar da defesa de que o poder nuclear é apenas para uso civil [...] eles de fato continuam buscando um caminho que conduza ao armamento, e isso não é aceitável pela comunidade internacional", acrescentou.

"Eles fizeram a sua escolha até o momento, embora a porta ainda esteja aberta", disse Obama a repórteres na Casa Branca, em uma aparição de surpresa na sala de imprensa, normalmente usada pelo porta-voz, Robert Gibbs.

Obama disse que o trabalho para ampliar sanções econômicas aplicadas pelo Conselho de Segurança estava se desenvolvendo rapidamente, mas ele não forneceu nenhum cronograma específico. Ele também citou uma fonte potencial de problemas, para esse objetivo, dizendo que o voto crucial da China não está garantido.

O presidente americano também disse que as sanções das Nações Unidas são apenas uma parte da pressão internacional sobre o Irã, uma referência a uma série de restrições econômicas que poderiam ser aplicados pela União Europeia e países individuais ao longo dos próximos meses.

As declarações de Obama se somam à reação contundente da comunidade internacional ao novo passo dado nesta terça-feira por Teerã, com o início do enriquecimento de urânio a 20%, declaradamente para uso em um reator médico.

Apesar dos desmentidos de Teerã, as potências ocidentais temem que o Irã esteja enriquecendo urânio com o objetivo de produzir armas nucleares.

A União Europeia (UE) também reiterou a sua disposição de tomar as "medidas necessárias" contra as provocações do Irã, disse a chefe da diplomacia do bloco, Catherine Ashton.

"Levar o nível de enriquecimento a um nível de 20% amplia o deficit de confiança sobre a natureza do programa nuclear iraniano", disse Ashton em nota.

"A União Europeia continuará a analisar todos os aspectos da questão nuclear iraniana, com base em uma abordagem política dupla", que é manter um diálogo aberto com os iranianos, deixando aberta a porta a sanções, disse a Alta Representante da Política Externa.

O Ministro das Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle, disse nesta terça-feira que a Alemanha está "muito preocupada com a situação no Irã" e que "se o Irã insistir em se recusar a participar das negociações, discussões nas Nações Unidas serão inevitáveis, e então teremos de falar sobre novas medidas".

"Há também a possibilidade de amplia as sanções", disse ele a jornalistas em Berlim.

Nenhuma nova sanção pode ser aprovada no Conselho de Segurança da ONU sem a concordância unânime de todos os cinco membros permanentes, incluindo a China, que tem sido relutante em impor novas medidas punitivas contra o Irã.

A China pediu mais negociações nesta terça-feira.

"Espero que as partes relevantes intensifiquem os seus esforços e estimulem o progresso do diálogo e das negociações", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Ma Zhaoxu.

A Rússia, outro membro do Conselho de Segurança que também estava relutante em apoiar novas sanções deu sinais de que poderia mudar de posição.

O chefe de segurança do país disse nesta terça-feira que a decisão do Irã de enriquecer urânio a níveis mais elevados aumentou as dúvidas sobre o programa nuclear.

"O Irã diz que não está buscando ter armas nucleares e que quer apenas [recursos] nucleares pacíficos, mas as iniciativas que está tomando --inclusive o enriquecimento de urânio baixamente enriquecido a 20%-- levantam dúvidas em outros países, e as dúvidas são bastante válidas", disse Patrushev em uma entrevista coletiva.

Uma nota oficial da chancelaria russa também sinalizou o novo tom da diplomacia de Moscou.


"Estamos naturalmente decepcionados que o Irã não tenha dado chances para que a diplomacia funcionasse", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em uma declaração concisa, que também questionou as verdadeiras intenções de Teerã. "A decisão do Irã de iniciar seu próprio enriquecimento de urânio a 20% [...] intensifica as dúvidas sobre a sinceridade da intenção do Irã de remover, através de esforços conjuntos, as preocupações atuais da comunidade internacional sobre o programa nuclear iraniano."

O Brasil, que ocupa uma vaga rotativa no Conselho de Segurança, com direito a voto, mas sem poder de veto, deu sinais de que não apoiaria novas sanções.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu uma saída negociada para o impasse e criticou a pressão de potências mundiais por novas sanções.

"Ainda há possibilidade de diálogo", disse o ministro a jornalistas em Brasília, acrescentando que, até a manhã desta terça não tinha informações de que novas sanções estivessem sendo discutidas no Conselho de Segurança da ONU. "Não queremos que o Irã tenha armas nucleares, não tenha dúvida disso. Eles têm o direito de um programa pacífico como os outros países." 

Opinião BGN

Como sempre, Amorim toma um posicionamento equivocado, ameaçando levar o Brasil, ao encontro de outra situação de desgaste e em um assunto que o país não tem nada a ganhar.  Suas atitudes são pautadas por um anti-americanismo doentio. É algo patológico. Típico de esquerdista preconceituoso.  


Por causa das posições de Amorim, saimos arranhados no espisódio de apoio ao golpista Zelaya; arranhados nos episódios envolvendo o roubo do patrimônio brasileiro na Bolívia e no Equador. 


O Itamaraty de Amorim, transformou-se num acampamento talibã.



Fontes: FOLHA - Reuters - France Presse

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