EUA pedem que comunidade internacional pressione o Irã

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, assegurou neste domingo que, se a comunidade internacional permanecer unida, ainda há tempo para que as pressões sobre o Irã e as sanções tenham o efeito desejado.

Após uma reunião em Roma com o ministro da Defesa italiano, Ignazio La Russa, Gates tachou de "decepcionante" a resposta de Teerã à proposta do Ocidente para resolver as tensões derivadas do programa nuclear iraniano.

O secretário de Defesa dos EUA insistiu, no entanto, sobre a necessidade do trabalho conjunto.

"Todos podemos fazer mais", insistiu Gates, que alertou que "as pressões devem ser exercidas sobre o governo e não sobre o povo iraniano".

As declarações de Gates foram feitas pouco depois de o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ordenar o início do processo de enriquecimento de urânio a 20% --antes, o percentual era de 5%.

Apesar do anúncio, Ahmadinejad deixou claro que a ordem não significa o fim das negociações nucleares com o Ocidente.

Queda de braço


O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad visita exposição de tecnologia em Teerã/Efe

As declarações do presidente abrem um novo capítulo na inflamada queda de braço que o Irã mantém com grande parte da comunidade internacional por causa das suspeitas levantadas por seu programa nuclear.

Países como Estados Unidos, Israel, França, Alemanha e Reino Unido acusam o regime iraniano de esconder, sob seu esforço atômico civil, um projeto de natureza clandestina e aplicações bélicas cujo objetivo seria a aquisição de um arsenal nuclear, alegação que o Irã rejeita.

O conflito se agravou no final do ano passado depois que Teerã rejeitou uma proposta de Washington, Paris e Moscou para enviar seu urânio a 3,5% ao exterior e recuperá-lo tempo depois enriquecido a 20%, nas condições necessárias para manter operacional seu reator nuclear civil na capital.

Em uma aparente mudança de postura, Ahmadinejad assegurou na terça-feira passada que seu país não tem problema algum em enviar o urânio ao exterior. A declaração conseguiu abrir de novo a brecha entre as grandes potências.

Na sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Manuchehr Mottaki, afirmou em Munique (Alemanha) que seu país é sério na intenção de enviar parte do urânio ao exterior para o enriquecimento, e que um acordo final sobre a troca de urânio com o Irã para o reator de pesquisas de Teerã estava próximo.

Enquanto fala com uma voz conciliadora em Munique, o regime islâmico mostra sinais de força no Irã. O ministro iraniano da Defesa, Ahmad Vahidi, inaugurou neste sábado duas fábricas para a produção de mísseis, três dias depois do lançamento de um foguete espacial de fabricação local, informou o canal de TV estatal.

Tanto europeus como americanos, cansados de anos de conversações infrutíferas para persuadir o Irã a suspender o enriquecimento de urânio, acreditam que a disponibilidade para negociar é uma nova estratégia de Teerã para ganhar tempo.

Fontes: FOLHA - Efe

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