Ele alugava casa vizinha à pousada Sankay, atingida por deslizamento. Jornalista fotografou o início da operação da resgate, na manhã do dia 1º.
Ainda abalado com o soterramento na Enseada do Bananal, em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio, o sobrevivente Luiz Paulo Garcia diz que nunca vai esquecer o que viu e ouviu na madrugada de sexta (1º). “Acordamos com um estrondo muito forte, fomos até a janela e vimos um clarão. Veio tudo abaixo. Vi um pedaço da casa ao lado descendo com a enxurrada. Era árvore, lama, pedra e água, tudo junto”, lembra o jornalista carioca, de 41 anos.
Jornalista fotografou início da operação de resgate (Foto: Luiz Paulo Garcia/Arquivo pessoal)
Luiz Paulo havia alugado para o réveillon uma casa vizinha à pousada Sankay, que desabou ao ser atingida pelo deslizamento de terra. “A casa em que a gente estava não desabou por milagre”, diz o carioca, que estava acompanhado da mulher, da afilhada e de um amigo. Ele retornou à capital fluminense na noite de sábado (2) e agora tenta se recuperar do trauma.
Oração e coletes salva-vidas
Da varanda da casa que alugava, Luiz Paulo fotografou a área do deslizamento (Foto: Luiz Paulo Garcia/Arquivo pessoal)
Ele conta como reagiu no momento do susto: “Foi um momento de pavor. Nunca vou esquecer aqueles gritos de gente pedindo por socorro, dizendo que tinha gente soterrada. Na minha casa, a gente não sabia o que fazer, demos as mãos e oramos juntos. Colocamos coletes salva-vidas, porque achei que a gente ia ser jogado para o mar. Não tinha por onde escapar.”
O jornalista diz que no momento do deslizamento de terra chegou a pensar que haveria uma explosão, porque havia um cheiro forte de gás. Ele afirma que também temeu um afogamento, dada a “gigantesca” quantidade de água de descia, por conta da queda de caixas d’água.
Casa que jornalista alugava fica ao lado de pousada (Foto: Luiz Paulo Garcia/Arquivo pessoal)
Luiz Paulo afirma que nenhum ocupante da casa em que estava hospedado sofreu ferimentos e que foi resgatado pelos Bombeiros por volta das 6h, depois de esperar sua vez. “Demos prioridade para as vítimas da pousada, que eram graves”, diz.
“Posso dizer que nunca vou esquecer daqueles momentos. Aqueles gritos não me saem da cabeça. Fico lembrando também do dia anterior à tragédia, em que vi todas aquelas pessoas, até as crianças, brincando, felizes. É muita tristeza”, completa.
Fonte: G1/Carla Meneghini
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