Radialista e blogueiro Hal Turner esteve no Brasil a serviço do FBI

Radialista e blogueiro narrou parte da viagem em seu extinto blog.

O FBI, a polícia federal norte-america, confirmou em documento que o radialista Harold "Hal" Turner veio ao Brasil como seu informante e, como resultado da viagem, 12 pessoas foram investigadas, informa Sérgio Dávila em reportagem publicada neste domingo na Folha (íntegra somente para assinantes do jornal ou do UOL).

Segundo a reportagem, os nomes dos investigados foram enviados à Embaixada dos Estados Unidos em Brasília e à unidade antiterror na sede, em Washington.

No documento, apresentado a um tribunal de Nova York, um agente do FBI Stephen Haug elogia a atuação do informante no Brasil. Entre os 12 investigados, está um árabe que falou de fazer negócios com a fonte.

No domingo passado, a Folha revelou que Turner se encontrou em Curitiba com o sírio naturalizado brasileiro Mouthi Ibrahim, presidente da Sociedade Árabe Brasileira. Procurado pela reportagem, ele confirmou o encontro, mas negou o teor da conversa conforme narrada por Turner e, agora, pelo agente.

O FBI, a polícia federal norte-americana, ajudou a pagar a viagem ao Brasil do radialista e blogueiro de extrema direta Harold "Hal" Turner, 47, como isca para atrair e identificar grupos brasileiros contrários aos Estados Unidos.

Segundo reportagem de Sérgio Dávila publicada no último domingo (13) na Folha, Turner foi para Curitiba em 2005 e se apresentou como líder da National Alliance, um dos maiores grupos supremacistas brancos dos EUA.

A reportagem informa que documentos do governo norte-americano confirmam que Turner se encontrou com o presidente da Sociedade Árabe Brasileira, Mouthi Ibrahim, sírio naturalizado brasileiro, com quem discutiu um plano para mandar US$ 10 milhões em ajuda para integrantes da resistência iraquiana anti-EUA.

A viagem de Turner ao Brasil só foi descoberta porque ele foi preso após escrever em seu blog um comentário no qual pedia a morte de três juízes de um tribunal federal de apelação em Chicago, Illinois.

Procurados pela reportagem, o advogado de defesa de Turner e os escritórios do FBI em Nova Jersey e Nova York e a sede da polícia em Washington não comentaram o caso, que está sob sigilo judicial. A Promotoria distrital leste de Nova York não respondeu ao jornal.

O informante e o agente do FBI não podem falar sobre o processo, que está em segredo de Justiça em Nova York. Procurada, a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília disse apenas que não tem informações adicionais sobre o caso.


Fonte: FOLHA

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