Polícia do Suriname já prendeu 35 suspeitos de atacar brasileiros.

Brasileiros foram vítimas de espancamento e estupro, segundo relatos.
Padre diz que há 7 mortos em Albina, e Itamaraty nega morte de brasileiros.


Imagem de site mostra cidade de Albina com nuvem de fumaça após conflito entre surinameses, brasileiros e chineses. (Foto: Reprodução)

A Rádio Nederland informou nesta segunda-feira (28), citando fontes policiais, que subiu de 22 a 35 o número de pessoas detidas suspeitas pelo ataque a brasileiros em Albina, no Suriname, ocorrido no último dia 24.

Entre eles, estariam homens que teriam sido reconhecidos por mulheres brasileiras como seus supostos violadores.

O padre brasileiro José Vergílio, que esteve na cidade no sábado, disse no domingo que pelo menos sete pessoas morreram no ataque. Mas nota do Itamaraty emitida mais tarde afirma que não há confirmação de mortes de brasileiros.

Testemunhas dizem que há mais vítimas de conflito no Suriname

Enquanto o governo do Suriname confirma uma morte na briga entre moradores de Albina e garimpeiros brasileiros acampados na cidade na noite do dia 24, testemunhas ouvidas pelo G1 falam que há mais mortos e feridos do que o divulgado.

Um morador não brasileiro de Albina que pediu para não ser identificado afirma que viu três mulheres sofrendo violência sexual e que a polícia teria recolhido três corpos após a briga. Ele também relata que viu saques a uma loja.

Duas brasileiras ouvidas pelo G1, que estão no hospital de Saint-Laurent du Maroni, cidade da Guiana Francesa que fica próxima a Albina dizem que “morreram vários brasileiros” no incidente. “Muitos foram queimados, morreram a pauladas”, relata uma delas.

"Ainda hoje (26) estão aparecendo pessoas mortas e estão chegando pessoas no hospital. Eles fizeram uma barreira para os brasileiros não poderem fugir, e as pessoas estão isoladas, ou se escondendo no mato”, relata a testemunha.
"A polícia estava vendo tudo, só fazia olhar, porque tem medo deles. Eles não fizeram nada para nos proteger", afirma a brasileira.

A outra brasileira conta que ficou presa num dos edifícios incendiados durante o ataque. “Respirei muita fumaça porque ficamos presos no lugar em que havia fogo, mas consegui fugir. Vimos muita gente apanhando. E agora não sabemos onde está metade dos brasileiros que conhecemos", diz.

As testemunhas pediram para não ter suas identidades reveladas por medo de retaliações.

Pelo menos três leitores entraram em contato com o G1 alegando estar no Suriname e afirmando que a onda de violência foi muito maior do que divulgado oficialmente. Os leitores mandaram mensagens pelo e-mail de contato Fale Conosco. Eles dizem que os ataques deixaram vários brasileiros mortos e outros desaparecidos.

Segundo a agência de notícias Associated Press, o ministro da Justiça do Suriname teria dito que pelo menos 20 brasileiras haviam sido estupradas durante os ataques. Mesmo sem uma declaração oficial que confirme o relato, Chandrikapersad Santokhi disse à agência que 120 pessoas, entre brasileiros e chineses, foram retirados da região de Albina para evitar novos confrontos.

Fonte: G1/ Dennis Barbosa e Daniel Buarque

Comentário do BGN

Embora imoral, a possibilidade do governo do Suriname estar tentando esconder o número real de vítimas, pode ser entendido como uma tentativa de não manchar a reputação do país. Agora o que mais intriga é o fato de o governo brasileiro comprar esta versão dos fatos, tão apressadamente.


A impresão que se tem é que estariam ´´ dando sumiço´´ aos corpos dos mortos no ataque.

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