Embaixador nega que houve mortes de brasileiros no Suriname

Embaixador nega mortes de brasileiros







O embaixador do Brasil no Suriname, José Luiz Machado e Costa, negou neste domingo que houve alguma morte no ataque a brasileiros na noite de Natal na cidade de Albina, a 150 quilômetros da capital surinamesa, Paramaribo.

Costa chefia na tarde de hoje uma missão diplomática para verificar a situação dos brasileiros após o violento ataque que deixou ao menos 14 feridos.

A missão diplomática deve se encontrar no final do dia com dois diplomatas da divisão de assistência aos brasileiros que partiram às 7h de Brasília, em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), e devem chegar a Paramaribo às 14h (13h no horário de Brasilia). Após esse encontro, Costa fará um relato detalhado da situação em Albina.


"Por enquanto, a missão confirmou o que estávamos dizendo, que não há mortos brasileiros no ataque. Só houve feridos mesmo.", disse Costa à Folha Online enquanto visitava a cidade. "Mas isso não diminui a gravidade do que ocorreu."

Ainda hoje o embaixador deve passar pela vila à beira do rio Moroni --que marca a fronteira entre o Suriname e a Guiana Francesa-- onde ocorreram a maioria dos ataques contra os brasileiros.

Sobre os relatos de mortes, Costa disse que foi um "exagero". "Entendo que todos estavam nervosos com o que ocorreu, mas houve um excesso, um exagero nos relatos", argumentou. Isso inclui a informação de que a brasileira grávida perdeu o bebê de três meses que esperava porque os agressores golpearam a mulher com facões para retirar o feto. "Ela sofreu um aborto espontâneo, na verdade", disse.

O embaixador ainda informou que a FAB disponibilizará um avião com 40 lugares para que os brasileiros que quiserem possam voltar ao Brasil.


Ataque

O incidente foi motivado por um crime supostamente cometido por um brasileiro na vésperado do Natal, gerando uma reação dos "marrons" --como são chamados os descendentes quilombolas no país.

Albina tem um grande contingente de brasileiros, de aproximadamente 2.000 pessoas, que vão trabalhar com garimpo no outro lado da fronteira --o que é proibido pelas leis daquele território, que ainda pertence aos franceses.

Além de atacar os brasileiros, o grupo invadiu um shopping center e outras lojas da cidade. Os moradores locais chegaram a incendiar algumas lojas e bombeiros de Saint Laurent du Maroni, na Guiana Francesa, ajudaram a extinguir as chamas.

Fonte: FOLHA / YGOR SALLES

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