Prefeitura de São Paulo fecha shopping SP Market até terça

Prefeito interdita shopping

O prefeito Gilberto Kassab (DEM), que agora de manhã visitou o shopping SP Market, na zona sul de São Paulo, mandou fechar o local até terça-feira, prazo dado a apresentação de um plano de emergência para a área afetada pelo desabamento de ontem.

Se o plano apresentado for aprovado, a interdição continuará parcialmente. Do contrário, o shopping ficará fechado por tempo indeterminado. O plano terá que ser aprovado pelo Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis), Bombeiros e Subprefeitura.

Até terça-feira, as secretarias de subprefeituras e de controle urbano, com a ajuda do Corpo de Bombeiros, realizará uma vistoria detalhada do shopping. No mesmo dia serão entregues a Kassab o relatório dos órgãos públicos envolvidos mais a avaliação da diretoria do shopping, ao qual o prefeito recomendou a contratação uma empresa gerenciadora para definir um plano de trabalho para a reforma.

Na avaliação da prefeitura, o desabamento de sexta-feira não pode apenas ser caracterizado como um acidente, diferentemente do ocorrido há menos de um mês atrás no local, quando desabou um parte da obra externa.

A prefeitura diz já ter indícios de que a obra em andamento que desabou ontem não atendia a padrões adequados de segurança. "A população precisa confiar no poder público. Interditar agora era a melhor maneira de tranquilizar as pessoas", disse Kassab.

O acidente aconteceu por volta das 15h20 de ontem, após um muro em construção na cobertura do shopping cair e provocar o desabamento parcial do teto. De acordo com a assessoria do shopping, os destroços caíram nas lojas C&A, Café do Ponto e Gelateria Parmalat --que ficam numa praça de alimentação vizinha ao parque Mundo da Xuxa.

As vítimas --12 pessoas, entre elas uma grávida-- sofreram ferimentos considerados leves. Apesar do acidente e do trabalho das equipes e resgate, apenas os locais atingidos pelo desabamento ficaram interditados; as demais áreas do shopping funcionaram normalmente.

Os funcionários do shopping já haviam alertado a administração do local sobre o risco de acidentes. Daniel Silva Diniz, 31, gerente da Gelateria Parmalat, disse que há três meses vinha reclamando de rachaduras nas paredes da loja. "O pessoal da administração dizia que era normal e que iriam falar com os engenheiros responsáveis", afirma. De acordo com o funcionário, as paredes do estabelecimento tremiam durante as obras de expansão do local.

A MPD Engenharia, responsável pela obra, atribuiu o desabamento de hoje à chuva e ao vento.

No dia 24 de outubro, uma área externa em obras do shopping SP Market também desabou, deixando operários feridos.

Fonte: FOLHA/RENATA LO PRETE