Para Temer, visita de Ahmadinejad ao Congresso é 'protocolo'

Deputados fizeram protesto contra vinda do presidente iraniano. 'Não há como deixar de recebê-lo', disse o presidente da Câmara.

O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou nesta segunda-feira (23) que a visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Congresso Nacional é apenas “protocolo”. A visita estava marcada para às 15h30, mas a agenda do presidente iraniano está atrasada.

“É protocolo. Como é uma visita de estado o presidente da República convidou e ele faz também uma visita protocolar ao Congresso e ao Supremo. É o presidente de um país e não há como deixar de recebê-lo”, disse Temer.

O presidente da Câmara considerou natural o protesto de parlamentares contra a visita devido ao fato de Ahmadinejad ter negado o Holocausto em algumas ocasiões. “Podem haver críticas, como já tem havido. É natural”.

Protesto de parlamentares

Antes mesmo da chegada do presidente do Irã ao Congresso Nacional deputados iniciaram protestos contra a visita. Os deputados Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) e Zenaldo Coutinho (PSDB-PA) estão no Salão Verde da Câmara com uma faixa com os dizeres “Holocausto nunca mais”. Eles estão acompanhados de um sobrevivente do Holocausto, acontecimento que já teve sua existência negada pelo presidente do Irã.

Itagiba é autor de um projeto que torna crime a negação do Holocausto. A proposta está em tramitação na Câmara. “É importante que se aprove isso o quanto antes para que sigamos as legislações da Alemanha, de Portugal e do Canadá que consideram a negação como um crime. Essa negação tem o objetivo de suscitar a discriminação”.

O deputado Zenaldo Coutinho disse ao G1 que protestos têm sido impedidos. Segundo ele, um caminhão de som que estava em frente ao Itamaraty foi retirado a pedido da Presidência da República. A Presidência do Senado também impediu que o caminhão ficassem em frente ao Congresso Nacional, segundo o parlamentar.

Em nota divulgada no domingo (22), a Executiva do DEM criticou a visita. “O partido entende que a presença de Mahmoud Ahmadinejad no Congresso Nacional seria incompatível com os princípios filosóficos e constitucionais da democracia brasileira.” O partido chegou a pedir que os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), não recebessem o presidente do Irã.

Programa nuclear

Ao lado de Ahmadinejad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (23), durante entrevista coletiva de imprensa, que reconhece o direito do Irã de executar seu plano nuclear para fins pacíficos e afirmou que o “Brasil sonha com um Oriente Médio” livre de armas atômicas.

Ahmadinejad se reuniu com Lula no Palácio do Itamaraty, em Brasília, por volta de 12h30, para a assinatura de acordos comerciais e diplomáticos com o Brasil.


Comentário do BGN


O Itamaraty sabe muito bem que os planos do Irã são belicistas e que nem mesmo os demais paises do Oriente Médio aprovam as ações de Ahmadinejad. Um absurdo que se defenda o Irã, quando toda a comunidade internacional mais relevante está unida contra os desmandos do governo iraniano.


Com atitudes assim, o Brasil dificilmente conseguirá uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU.


Fonte: G1/ Eduardo Bresciani

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