A Marinha da Rússia irá reforçar o envio de seus navios para o Mar Negro para defender a Abkházia, região separatista da Geórgia, disse ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov. O aviso feito nesta sexta-feira na capital da região separatista, Sukhumi, é um indício de que as tensões entre a Rússia e a Geórgia, que culminaram em confronto direto ocorrido ano passado pela independência da Ossétia do Sul, não terminaram.
"Essas provocações da Geórgia em águas neutras contra navios estrangeiros que entregam cargas na Abkházia são uma séria preocupação", afirmou Lavrov, citado pela agência de notícias Interfax.
A Rússia já afirmou que irá deter qualquer navio georgiano que entrar em águas reivindicadas pela Abkházia sem permissão, aumentando o temor de escaramuças navais no Mar Negro. As autoridades de Abkházia disseram no mês passado que a Geórgia parou 23 navios nas proximidades de sua costa. Os georgianos afirmam que eles entraram na região ilegalmente.
A Marinha russa começou a vigiar o litoral da região no dia 21 de setembro. A Rússia e as autoridades separatistas assinaram o acordo de vigilância litorânea em agosto, depois que embarcações georgianas capturaram vários navios que se dirigiam à Abkházia por infringir leis alfandegárias do país.
Histórico
Tropas da Geórgia invadiram no dia 7 de agosto de 2008 a Ossétia do Sul, região separatista que declarou independência, provocando reação da Rússia, que apoia a secessão e mantém forças de paz na região. Nos dias seguintes, a Rússia enviou tropas para a Ossétia do Sul, bombardeou o território georgiano e abriu uma nova frente de conflito na região da Abkházia, no noroeste da Geórgia.
A guerra matou pelo menos 390 civis e no seu auge deixou mais de 100 mil desabrigados. Um pacto de cessar fogo não cumprido e tiroteios esporádicos mantêm vivo o risco de novo conflito.
O presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili, diz que a Rússia estimulou o separatismo. A Rússia reconheceu internacionalmente a independência da Abkházia e da Ossétia do Sul em 26 de agosto de 2008, ato seguido somente pela Nicarágua e Venezuela.
Fontes: FOLHA - Associated Press - Reuters
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