Firjan prevê injeção de muito dinheiro na cidade
Os investimentos no estado do Rio de Janeiro devem somar R$ 250 bilhões até 2016 com a escolha da capital como cidade-sede da Olimpíada. Segundo o gerente de Novos Investimentos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Cristiano Prado M. Barbosa, as empresas vão executar projetos que dependiam da realização do evento esportivo na cidade.
Mas os efeitos da escolha já começaram. O executivo informou que a Firjan vai rever todo o plano de investimento do estado previsto para o período 2010-2012, que soma R$ 126 bilhões. A pesquisa da federação, conhecida como Decisão Rio recolheu informações dos agentes privados e do setor público até julho deste ano.
"Percebemos ao longo da pesquisa que muitos empresários não repassavam alguns projetos porque dependiam da escolha do Rio como sede da Olimpíada 2016. Por isso, vamos fazer uma nova coleta dos investimentos, que com certeza vão aumentar", ressaltou o gerente.
Apesar da revisão positiva, Barbosa diz que ainda é cedo para definir quanto será esse crescimento, mas os R$ 126 bilhões serão dobrados até 2016. Na revisão do período 2010-2012, o executivo aposta no aumento do números de projetos relacionados a turismo, que hoje estão na ordem de R$ 500 milhões.
"Outros empreendimentos vão surgir com a escolha. A pesquisa já conta com projetos de reformas e construção de novos hotéis, vislumbrando a Copa de 2014. Com as Olimpíadas, os investidores nacionais e estrangeiros vão olhar para o Rio de uma outra maneira. Era que o faltava para colocar o estado definitivamente no radar do turismo internacional", afirmou.
O cenário calculado pelos empresários é de que o estado consiga, em 2015, receber o mesmo número de turistas que Nova York recebe anualmente: 40 milhões.
Infraestrutura
O Decisão Rio 2010-2012 prevê R$ 28,6 bilhões em infraestrutura, dos quais R$ 10,5 bilhões voltados para logística. Entre os principais projetos do segmento estão a modernização e ampliação do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, a duplicação de rodovias, como a BR-101, e a dragagem do Porto de Itaguaí e a construção das linhas 3 e 4 do metrô. A pesquisa não inclui o trem-bala que ligará Rio a São Paulo, que demandará mais R$ 33 bilhões de investimentos.
Os projetos vão exigir mão de obra diferentes. A execução dos novos empreendimentos exigirá mais trabalhadores na construção civil enquanto que na realização dos jogos o setor de serviços ganhará mais destaque. Para as duas etapas, a Firjan, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), vai promover cursos de qualificação profissional, que prevê o ensino de inglês.
"Não adianta. É a língua universal. Os dois tipos de profissionais terão que aprender a falar inglês. O primeiro por causa dos empreendedores estrangeiros e o segundo em função dos turistas e atletas de outros países", destacou Barbosa.
O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) prevê a criação de 120 mil vagas de trabalho com a Olimpíada no Rio e US$ 14,4 bilhões de investimentos só com a construção das instalações esportivas e da infraestrutura necessária em torno desses empreendimentos. O valor é próximo do que é investindo para a realização do evento em Londres, US$ 15,8 bilhões.
Além dos empreendimentos turísticos da região da Costa do Sol, em especial na cidade de Cabo Frio, devem ser destacados os investimentos projetados na infraestrutura e saneamento básico do estado que serão realizados no âmbito do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), em diversos municípios, como Petrópolis, Niterói, Cabo Frio, Nova Friburgo, a Região do Vale do Café e a capital.
Fonte: JB/Natalia Pacheco
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