Militares dispersam reunião de militantes pró-presidente deposto em Honduras

Milhares de pessoas haviam desobedecido ao toque de recolher.
    Zelaya voltou de surpresa ao país e está na Embaixada do Brasil.


Policiais brigam com apoiadores de Zelaya em frente à embaixada do Brasil em Tegucigalpa, nesta terça-feira (Foto: Esteban Felix/AP)

Militares hondurenhos expulsaram na manhã desta terça-feira (22) os manifestantes pró-Manuel Zelaya que cercavam a Embaixada do Brasil, na capital, em Tegucigalpa, segundo a France Presse.

Soldados e policiais com rostos cobertos chegaram ao local às 6h locais (9h de Brasília) e lançaram gás lacrimogêneo e balas de borracha contra a multidão, além de atacar os manifestantes com bastões. As cerca de 4.000 pessoas que estavam no local se dispersaram.

O porta-voz da polícia, Orlin Cerrato, disse que os agentes tiveram que usar níveis de força adequados" e que os manifestantes continuam nas imediações.

Segundo testemunhas, os militares ligaram um sistema de alto-falantes, viraram-no contra o prédio da embaixada e começaram a tocar o hino de Honduras em volume exagerado.

O próprio Zelaya disse à AFP que acredita que a polícia está preparando um ataque ao prédio.





Policial de choque lança gás contra manifestantes pró-Zelaya nesta terça-feira (22) em Tegucigalpa. (Foto: AFP)

 O toque de recolher teve início na noite de segunda e foi estendido até a tarde desta terça. O breve comunicado, lido em cadeia nacional de rádio e televisão pelo secretário de Imprensa, René Zepeda, assinala que o governo restabeleceu o “toque de recolher em todo o país”, que começou às 16h na hora local (19h de Brasília).

Segundo o jornal local "El Heraldo", várias regiões da capital estão sem energia elétrica.

O governo interino também suspendeu por tempo indeterminado os voos nos aeroportos do país.

“A partir de agora, ninguém voltará a nos tirar daqui. Por isso, nossa posição é pátria, restituição ou morte”, afirmou Zelaya diante dos milhares de simpatizantes que cercaram a Embaixada brasileira para comemorar a volta do presidente.

O presidente interino Micheletti disse na segunda à noite que agora considera encerrada a mediação da crise pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, devido ao retorno de Zelaya ao país. “Creio que o senhor Arias não tem absolutamente nada a fazer”, afirmou.

Micheletti pediu, também na noite desta segunda, que o governo brasileiro entregue o presidente deposto do país, para que ele seja submetido à Justiça. O governo interino protestou contra o Brasil por ter abrigado Zelaya e o responsabilizou por qualquer ato de violência que possa acontecer perto da sede diplomática, que está cercada de manifestantes favoráveis ao presidente deposto.

“Faço um apelo ao governo do Brasil que respeite a ordem judicial ditada contra o senhor Zelaya, entregando-o às autoridades competentes de Honduras”, disse Micheletti em cadeia de rádio e TV.

O Ministério de Relações Exteriores de Honduras divulgou nota de protesto contra o que considera uma “ingerência em assuntos privativos dos hondurenhos”, e, segundo o governo de fato, uma “flagrante violação do direito internacional”.

OEA

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, disse que adiou a viagem a Honduras devido ao fechamento dos aeroportos, medida decretada pelo na segunda-feira pelo governo de facto.



Fonte: G1 - Agências internacionais

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