Escuna parte sábado para refazer percurso de Charles Darwin

Veleiro Tara parte em volta ao mundo

Imagem da escuna Tara no Ártico, em setembro de 2006; veleiro parte no próximo sábado para refazer percurso de Charles Darwin

O veleiro Tara zarpa no próximo sábado de Lorient (França), para uma volta ao mundo inédita de três anos. Durante o trajeto, o barco vai estudar o impacto do aquecimento climático sobre os micro-organismos marinhos que deram origem à vida.

Fará um percurso de 150 mil quilômetros --a linha do Equador é de aproximadamente 40 mil quilômetros-- lembrando o trajeto realizado pelo lendário Beagle de 1831 a 1836, onde Charles Darwin elaborou sua teoria da evolução.

Serão quase 60 escalas em 50 países, das regiões mais quentes às mais frias do planeta, do Ocidente ao Oriente e de polo a polo. A missão Tara-Oceano mobilizará, em mar e terra, cerca de 100 pesquisadores de quase 50 laboratórios e institutos científicos internacionais.

"Esta missão ambiciosa vai mergulhar no 'mundo invisível' dos ecossistemas marinhos, uma das áreas menos exploradas da oceanografia", observou Etienne Bourgois, o chefe da expedição.

O veleiro entrou para a história com uma viagem de 18 meses entre a Sibéria e a Groenlândia, de setembro de 2006 a janeiro de 2008. "Tara-Oceanos é uma continuação do Tara-Ártico, que mostrou com força a realidade do aquecimento climático", explicou o professor Eric Karsenti, responsável científico da expedição.

"Do vírus à medusa, passando pelas larvas de peixes, corais, diferentes micro-organismos como os cocolitóforos ou diatomáceos, vamos estudar o conjunto dos ecossistemas que são a base da cadeia alimentar marinha. Isto nunca foi feito global e continuamente em todos os mares do mundo", disse Karsenti.

De acordo com o pesquisador, os micro-organismos marinhos --90% da biomassa dos oceanos-- absorvem a maior parte do COº2º atmosférico e produzem 50% do oxigênio.

"Medir o impacto do aquecimento que sofrem, estudar os ciclos do carbono e de oxigênio revelará dados até agora desconhecidos, em simulações climatológicas futuras", explicou ele. "Sem estas microespécies, o homem jamais teria visto a luz do Sol. Sem elas, ele desapareceria".

Fontes: FOLHA - FP

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