Eleições gerais na Alemanha

Alemães vãos às urnas


Cabine, caneta e papel: Alemanha não aderiu à votação eletrônica

Os colégios eleitorais na Alemanha abriram suas portas neste domingo (27) para as eleições gerais, nas quais 62 milhões de eleitores foram convocados para votar.

Todas as pesquisas apontam para que o partido mais votado seja a União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler Angela Merkel.

No entanto, fica a questão de se Merkel conseguirá uma maioria para formar coalizão com o Partido Liberal (FDP) ou se verá obrigada a continuar a grande coalizão com o Partido Social-Democrata (SPD).



As últimas pesquisas anunciam um empate entre o bloco de centro de direita --formado pela CDU, sua ala bávara a União Social-Cristã (CSU) e o FDP-- e outro formado pelo SPD, Verdes e A Esquerda, um grupo que reúne pós-comunistas e dissidentes social-democratas.

Os colégios eleitorais fecham às 13h de Brasília.

Além das eleições gerais, se realizam pleitos regionais nos Estados Brandeburgo e Schleswig-Holstein.

Sistema de votação complexo

Os primeiros resultados da eleição legislativa alemã são frequentemente difíceis de interpretar em razão de um sistema complexo de votação uninominal direta em um turno único e proporcional.

Sem necessidade de reunir 50% dos votos para constituir maioria, 48% podem ser suficientes, já que os partidos que não chegarem a superar a barreira dos 5% dos votos não poderão ser representados no Bundestag (a Assembleia Federal) e seus mandatos serão redistribuídos para as formações.

Vinte e nove partidos estão na disputa para a eleição de 27 de setembro.

Os cientistas políticos consideram que se a CDU e a FDP obtiverem juntos pelo menos 48% dos votos, a conservadora Angela Merkel terá sua reeleição garantida e dirigirá, como pretende, um governo de direita ao se aliar aos liberais. Caso contrário, a disputa poderá ser apertada para a maioria.


Dois votos

Cada um dos 62,2 milhões de eleitores possui dois votos para compor a próxima assembleia do Bundestag, câmara baixa do Parlamento alemão, que elege o ou a chanceler.

O primeiro voto serve para eleger de forma direta e uninominal um deputado em cada uma das 299 circunscrições eleitorais. Apenas a Renânia-do-Norte/Westfália (oeste) e a Baviera (sul) contam com 109 circunscrições. Será eleito deputado o candidato que obtiver o maior número de votos. A metade dos deputados do Bundestag são eleitos dessa forma.

O segundo voto determina o balanço de forças entre os partidos e a base do futuro chefe de governo. Por esse motivo, ele é chamado de "Kanzlerstimme", o voto do chanceler.

Com esse voto, o eleitor opta pelo seu favorito em uma das listas de candidatos apresentadas em cada Land (Estado regional) pelos partidos concorrentes.

Se um partido tem direito a 200 deputados, verifica-se, em primeiro lugar, quantos mandatos diretos ele obteve, e depois completa-se com os candidatos da lista.

A eventual incerteza acerca dos primeiros resultados na noite da votação está ligada aos ajustes aritméticos que são realizados em caso contrário, que podem levar uma maioria frágil a hesitar.

Se um partido conseguir mais mandatos diretos do que ele poderia obter segundo os resultados conquistados na proporcional, ele mantém os mandatos excedentes.

Crise e desemprego

A principal missão do futuro chanceler será voltar ao equilíbrio orçamentário sem afetar a recuperação econômica.

O desemprego já é superior a 8% e ainda deve aumentar, pois vem sendo contido por uma série de medidas para evitar as demissões, que vão expirar dentro de alguns meses.

No entanto, se as pesquisas se confirmarem, Merkel terá o prazer de receber os principais chefes de Estado e de governo para a comemoração do 20º aniversário da queda do Muro de Berlim, ao qual deve sua carreira política.

Fontes: FOLHA- efe - Deutsche Welle

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