Vacina contra gripe suína começa a ser produzida no Brasil em outubro

Produção começa em outubro

A matéria-prima para produção de vacinas contra a gripe suína --influenza A (H1N1)-- acaba de chegar ao Brasil, e a vacina deve ser produzida a partir de outubro. Segundo o presidente da Fundação Butantan, Isaias Raw, responsável pela produção, o processo para produção da vacina para gripe comum é o mesmo, e será apenas preciso adaptá-la ao novo vírus.

Ele avalia que o Brasil será pressionado para atender também os países vizinhos, pois não há outra fábrica de vacinas na América Latina.

O Ministério da Saúde está negociando a importação de 17 milhões de doses da vacina, além do que poderá ser produzido no Butantan. "Mas não podemos descuidar de nenhuma das gripes, ou teremos aumento da mortalidade com a gripe sazonal, e o problema não será este ano, mas nos próximos anos", disse Raw nesta terça-feira na comissão geral na Câmara para discutir as medidas de combate à doença.

Vítimas

De acordo com o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, na última quarta-feira (5), o país tinha 2.959 casos confirmados da doença e 96 mortes. Nesta terça, o ministro José Gomes Temporão afirmou que o número subiu para 192. O balanço, no entanto, é parcial. Somadas as mortes informadas por secretarias estaduais da Saúde e que ainda não foram foram incluídas na relação do ministério, o número no Brasil chega a 203.

Os Estados com maior número de óbitos são São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná.

Temporão afirmou que não há motivo para pânico. Segundo ele, 43% dos pacientes que evoluíram para a forma grave da doença apresentam ao menos um fator de risco. Estão no grupo de risco, principalmente, portadores de doenças respiratórias, gestantes, crianças menores de cinco anos, pacientes imunodeprimidos e cardiopatas.

Antiviral

Temporão se defendeu da crítica de que não estaria disponibilizando à população quantidade suficiente de medicamentos contra a gripe suína ao afirmar que não pode haver um uso indiscriminado do antiviral. De acordo com ele, a política de distribuição do medicamento "atende com folga a demanda".

"Temos que evitar o uso indiscriminado do antiviral. O vírus pode vir a apresentar uma mutação. Casos de resistência já foram apresentados em outros países (...) Infelizmente, a automedicarão é rotina no Brasil. Esse cenário cultural da realidade nacional cria problemas adicionais", afirmou.

Vírus

O ministro afirmou que 28 gestantes morreram no país, número que representa 14,5% do total. Ele lembrou, no entanto, que desde o surgimento da gripe, o ministério colocou as grávidas no grupo de risco.

"Do total de óbitos no Brasil, 28 são gestantes, ou seja, 14,5 %. Vale lembrar, porém, que 107 gestantes que adquiriram o novo vírus foram curadas. (...) 30% das gestantes que morreram tinham pelo menos um fator de risco adicional", afirmou.

Gripe suína já representa 77% dos casos de gripe no Brasil

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, informou nesta terça-feira que a gripe suína --gripe A (H1N1)-- já representa 77% do total dos casos de gripe no Brasil. Para o infectologista David Uip, em São Paulo, o índice chega a 90%.

Dados do ministério indicam que 43% dos infectados apresentam ao menos um fator de risco. Dentre os principais citados pelo ministro estão pacientes com doenças respiratórias, crianças menores de dois anos, gestantes, pacientes imunodeprimidos e cardiopatas.

De acordo com o último boletim divulgado pelo ministério, na última quarta-feira (5), o país tinha 2.959 casos confirmados da doença e 96 mortes. Nesta terça, na comissão geral na Câmara para discutir as medidas de combate à doença, Temporão afirmou que o número subiu para 192. O balanço, no entanto, é parcial. Somadas as mortes informadas por secretarias estaduais da Saúde e que ainda não foram foram incluídas na relação do ministério, o número de mortes no Brasil chega a 203.

Os Estados com maior número de mortes são São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná.

Segundo o ministro, 28 gestantes morreram por causa da doença --14,5% do total de óbitos. Temporão afirma que 30% delas apresentavam ao menos um fator de risco adicional, como pressão arterial elevada, e que 107 gestantes que contraíram a doença já receberam alta e passam bem.



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Fonte: FOLHA

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