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Um gás perigoso vem do fundo do mar Ártico
O perigo que vem do Ártico
Um dos maiores temores dos pesquisadores que acompanham as mudanças climáticas está no fundo congelado do oceano Ártico. Sob o leito do mar estão os maiores depósitos de metano, um gás várias vezes mais poderoso do que o carbônico para aumentar a temperatura da Terra e destruir o clima que conhecemos desde os primórdios da civilização. Agora, um estudo publicado pelo Centro Nacional de Oceanografia do Reino Unido, em Southampton, mostra evidências que essa bomba de gás sob o mar pode estar perto de explodir.
Segundo o levantamento, o aquecimento das correntes marinhas no Ártico nos últimos 30 anos já está provocando a liberação de metano. A equipe de pesquisadores, da Alemanha e do Reino Unido, descobriu mais de 250 colunas de bolhas de metano subindo do fundo do mar em uma plataforma continental de West Spitsbergen, uma ilha da Noruega. As colunas partem do fundo a algo entre 150 e 140 metros de profundidade.
A intensidade do fenômeno surpreendeu os próprios cientistas. “Nossa pesquisa foi projetada para descobrir quanto metano poderia ser liberado pelo futuro aquecimento do oceano”, disse Tim Minshull, do centro britânico. “Não esperávamos encontrar evidências tão fortes que o processo já começou”.
É a primeira vez que a liberação de metano do fundo do mar é identificada na história recente da Terra. Embora a maior parte do metano se dissolva na água, parte dele chega a atmosfera e incrementa o processo de aquecimento global. Acredita-se que o metano contribuiu para os grandes períodos de aquecimento rápido da história da Terra, quando houve também grandes extinções de espécies. O detalhe é que esses grandes aumentos de temperatura do planeta, provocados por fenômenos naturais, levaram milhares de anos para ocorrer, enquanto a mudança climática atual, provocada por emissões poluentes humanas, é medida em décadas.
Outro problema causado pelo metano é que, enquanto ele se dissolve na água do mar, aumenta a acidez do oceano. O mar já está absorvendo parte do excesso de gás carbônico que jogamos na atmosfera e ficando ácido por isso. Teme-se que a acidez progressiva possa afetar a base da vida marinha, compromentendo a sobrevivência de peixes e crustáceos.
Essas evidências sugerem que o tempo é curto para tomar medidas que reduzam a velocidade das mudanças climáticas.
Fonte: Época/Alexandre Mansur
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