Incêndio atinge florestas na Grécia; autoridades ordenam a moradores de subúrbio de Atenas que deixem casas
Autoridades gregas determinaram aos 15 mil habitantes da localidade de Agios Stefanos --subúrbio de Atenas (capital da Grécia)-- que deixem suas casas devido ao avanço de um extenso incêndio que já arrasou centenas de hectares de florestas, queimou dezena de casas e continua fora de controle. Além disso, declararam estado de emergência neste sábado (22) na região da Ática (leste do país), onde as chamas atingiram cerca de 30 mil acres de florestas, campos cultivados e olivais.
Moradores das vizinhanças dos locais atingidos pelo fogo, no entanto, se recusaram a deixar suas casas, e tentam apagar as chamas com mangueiras de jardim. "O mais inteligente a se fazer seria deixar [o combate ao fogo] a cargo" dos profissionais, disse o primeiro-ministro grego, Costas Karamanlis.
"Peço a todos os moradores que sigam as instruções da polícia sobre os lugares para onde devem ir", disse o vice-prefeito de Agios Stefanos, Panayiotis Bitakos, segundo a rede de TV Skai. "Vínhamos implorando às autoridades desde as primeiras horas da manhã para enviar reforço (...) Agora é tarde demais. Tarde demais."
O fogo começou ontem na noite desta sexta-feira (21) na localidade de Gramatikos (cerca de 50 km de Atenas) e se espalhou rapidamente durante o dia devido às fortes rajadas de vento e às altas temperaturas. As florestas ao redor dos subúrbios ao norte de Atenas ajudaram a espalhar o fogo para novas áreas. "Os pinheiros são como projéteis --eles cobrem grandes áreas e espalham o fogo", disse o prefeito do subúrbio de Drossia, Avraam Pasipoularidis. "Tudo ao meu redor está queimando."
Oficial usa pá para apagar brasa em Agios Stephanos, neste domingo (23) (Foto: Nikolas Giakoumidis)
Nas últimas 24 horas foram registrados 83 incêndios pelo país, e diversos deles ainda estão ativos na região central da Grécia e nas ilhas de Zante e Skiros e em Karistos, uma localidade na ilha de Eubeia.
O porta-voz da polícia, Panos Stathis, pediu, segundo o diário espanhol "El País", que os atenienses que não estiverem no local e tivessem planos de voltar a Atenas neste fim de semana, que adiem os planos, "para sua própria segurança". Segundo ele, as chamas cercam as estradas e a fumaça limita a visibilidade. "Um tráfego menor facilitará o trabalho dos bombeiros", afirmou. Ele destacou que quem perder o dia de trabalho terá a ausência justificada.
Autoridades municipais disseram ainda que o fogo ameaça atingir o sítio arqueológico de Rhamnus, onde ficam dois templos de cerca de 2.500 anos.
Fortes ventos neste domingo (23) espalharam um imenso incêndio que se alastrou por casas e por grandes extensões de floresta perto de Atenas, capital da Grécia, forçando milhares de moradores a fugir, informaram autoridades.
Uma espessa coluna de fumaça ficou suspensa em cima da Acropolis enquanto as chamas, que seguem sem ser controladas pelo segundo dia, chegaram aos subúrbios ao norte da capital, testando os recursos estatais para seu combate e o governo conservador, que enfrentará em março uma eleição antecipada.
Autoridades locais usaram alto-falantes para aconselhar moradores do subúrbio de Aghios Stefano, onde vivem 20 mil pessoas, a deixar suas casas. As chamas já chegaram ao local e as primeiras casas foram atingidas. A localidade fica a cerca de 20 qulômetros da capital grega.
O fogo em torno de Atenas também forçou a evacuação dos habitantes de vários povoados localizados nas encostas do Monte Pendelis. No meio da tarde deste domingo (horário local), o porta-voz dos bombeiros, Gianis Kapakis, informou que há outros cinco grandes incêndios no resto do país.
"Os ventos estão mais fortes e mudam de direção todo o tempo, espalhando o fogo ainda mais", disse o porta-voz da brigada de incêndio Giannis Kapakis.
Muitos abandonaram suas residências durante a noite e alguns estão freneticamente tentando impedir as chamas de chegar a suas casas com mangueiras de jardim e galhos de árvores.
"Nós estamos enfrentando uma experiência difícil", disse o primeiro ministro Costas Karamanli. "O departamento de incêndio está fazendo um esforço sobre-humano."
Consequências
O controle do incêndio - o maior desde o pior incêndio registrado na história da Grécia em 2007, quando 65 pessoas morreram ao longo de dez dias - será crucial para o destino político do governo, já que as eleições antecipadas se aproximam.
A ajuda dos aliados europeus da Grécia já começou a chegar. Duas aeronaves italianas se juntaram aos esforços para combater o incêndio e outras são esperadas da França e de Chipre neste domingo, afirmaram oficiais.
O ministro do Interior, Prokopis Pavlopulos, que coordena os trabalhos de combate às chamas e o auxílio às populações em perigo, declarou que "a situação é extremamente difícil devido aos ventos, ao calor e ao terreno".
Ajuda
Itália, França e Chipre mandaram reforços para a Grécia para ajudar a combater o grande incêndio florestal perto de Atenas e que continua sem ser controlado pelo segundo dia consecutivo, segundo a agência de notícias France Presse. Um porta-voz dos bombeiros informou que dois aviões de combate ao fogo da Itália e um da França chegam hoje.
Cerca de 20 quilômetros ao norte de Atenas, as conexões por trem foram suspensas porque o fogo em Agios Stefanos está muito perto dos trilhos e dos vagões. Na mesma localidade, helicópteros jogam água sobre as casas, que correm o risco de serem consumidas pelas chamas.
O fogo em torno de Atenas também forçou a saída dos habitantes de vários povoados localizados nas encostas do Monte Pendelis.
Cerca de 400 bombeiros continuavam lutando neste domingo contra o fogo que atinge os arredores do Monte Pentélico, a última barreira antes de alcançar a capita.
Fontes: FOLHA - Efe - CNN
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