'Veja' apontou existência de conta do presidente do Senado fora do país. Sarney disse desconhecer informação da revista.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), divulgou nota neste sábado (11) em diz que vai pedir à Procuradoria-Geral da República, na próxima segunda (13), que investigue a existência de supostas contas no exterior no nome dele. Uma reportagem da revista “Veja” deste final de semana diz que Sarney tem uma conta fora do país administrada pelo ex-banqueiro Edmar Cid Ferreira.
Na nota, Sarney diz que vai enviar ofício conferindo “todos os poderes e outorgando as permissões previstas nas leis brasileira e de quaisquer países” ao procurador-geral para que se peçam informações sobre contas bancárias que o presidente do Senado tenha ou tenha tido no exterior.
O ofício, diz a nota, vai autorizar também a requisição ainda de informações sobre valores, ações, depósitos, investimentos, propriedades e qualquer movimentação financeira que estejam no nome de Sarney.
A assessoria do senador disse que não vai comentar as denúncias dos jornais "O Estado de S. Paulo" -que Sarney teria "responsabilidades financeiras" na fundação que leva seu nome- e "Folha de S.Paulo" -que uma associação ligada ele, mesmo inadimplente com o Ministério do Turismo, continua recebendo verba estatal.
Conta em dólares no exterior
De acordo com a reportagem, o documento com o título “JS-2” relata a movimentação de uma conta em dólares no exterior. Ele mostra a movimentação da conta, como a entrega de US$ 10 mil em Veneza no dia 10 de junho de 2001, dia em que foi aberta a Bienal de Veneza. Sarney e Edemar viajaram juntos para ver a mostra.
Os registros mostram ainda duas retiradas: US$ 4.717 em 18 de dezembro de 2000 e US$ 2.273 em 21 de março de 2001. As duas transações foram convertidas para o real, de acordo com anotações da planilha.
Edemar Cid Ferreira e José Sarney afirmaram desconhecer as informações sobre a conta. Sarney informou que não manteve recursos fora do país nesse período e, sobre o repasse do dinheiro quando estava em Veneza, respondeu: “isso não me diz respeito."
Edemar afirmou que o Banco Santos nunca foi depositário de recursos de terceiros no exterior. “Desconheço a existência de um arquivo JS-2 em meu computador. Não sem quem criou, quando, e com quem propósito”, disse o ex-banqueiro à “Veja”.
A reportagem esclarece que não é crime ter conta no exterior, mas mandar recursos para fora sem que as autoridades competentes sejam notificadas.
De acordo ainda com o texto, a revista teve acesso ao documento, parte do material sobre o caso de liquidação extrajudicial do Banco Santos, mas só na última semana teria ficado claro que o código "JS-2" diria respeito a uma conta em dólares de José Sarney.
Leia a íntegra da nota
"Nota à Imprensa
O presidente do Senado, senador José Sarney enviará ofício ao Procurador Geral da República, na próxima segunda-feira, conferindo-lhe todos os poderes e outorgando-lhe as permissões previstas nas leis brasileira e de quaisquer países para requisitar junto às instituições financeiras internacionais informações sobre contas bancárias que tenha no exterior ou tenha tido em qualquer época, valor, ações, depósitos, investimentos, propriedades e qualquer tipo de movimentação financeira em qualquer moeda e de qualquer valor em seu nome.
Secretaria de Imprensa
Presidência do Senado
Brasília, 11/07/2009"
Fontes: G1- Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário