A petroleira espanhola Repsol anunciou ontem ter recebido "diferentes propostas" para vender parte de sua filial argentina YPF e afirmou que mantém os planos de reduzir sua participação na empresa.
O anúncio veio após a imprensa chinesa divulgar que a CNPC (Companhia Nacional de Petróleo da China) está interessada em comprar 75% da YPF, a maior empresa energética da Argentina, por US$ 17 bilhões.
Também ocorre após a imprensa argentina divulgar um informe da YPF à SEC (a CVM norte-americana) em que a empresa diz que intervenções do governo argentino no mercado de energia afetam seus negócios.
"Como consequência da crise energética na Argentina, desde 2002 o governo estabeleceu regulações que afetaram a exportação e o mercado interno. Nossos resultados e operações podem ser afetados negativamente por essas mudanças", afirma o informe.
Em março, documento assinado por oito ex-secretários de Energia da Argentina apontou "sérios problemas estruturais" no setor energético do país, como queda na produção de petróleo desde 1998 e nas reservas de petróleo e gás natural.
O texto critica o esquema estatal de subsídios ao consumo de energia e transporte, usado para manter as tarifas baixas, por inibir investimentos e causar distorções no mercado.
A Repsol possui 84% do capital da YPF e já manifestou intenção de vender até 25% dessa participação. Outros 14,9% foram comprados em 2008 pelo grupo argentino Petersen, que tem opção de comprar mais 10%.
O governo argentino trabalha para aumentar a participação nacional na YPF, privatizada em 1992. Especula-se que a estatal argentina de energia Enarsa poderia entrar no negócio, numa renacionalização da empresa, negada pela Repsol.
Fonte: Folha/THIAGO GUIMARÃES
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