Foto de arquivo da ativista russa pró-direitos humanos Natalia Estemirova. (Foto: AP)
A ativista russa pró-direitos humanos Natalia Estemirova, que havia sido sequestrada na Tchetchênia, foi encontrada morta na república russa da Inguchétia, informou nesta quarta-feira (15) o Ministério do Interior da Inguchétia.
Segundo o comunicado, o corpo tinha duas feridas na cabeça e está claro que se tratou de assassinato. O tipo de ferimento não foi especificado.
Pela manhã, Estemirova, 50 anos, foi levada à força de sua casa num carro, com destino desconhecido.
Seu corpo foi achado em uma área florestal próximo à cidade de Nazran, principal cidade da Inguchétia.
O presidente da Rússia, Dimitri Medvedev, disse estar "ultrajado" com o crime.
Natalia havia denunciado recentemente uma execução arbitrária na Tchetchênia, o que desagradou as autoridades locais pró-russas, declarou à AFP Alexandre Tcherkassov, da ONG Memorial.
Tratava-se da morte de um suposto rebelde por homens com roupa de camuflagem, no dia 7 de julho.
A ONG lembra que a atividade de Estemirova há havia despertado no passado "o descontentamento das autoridades tchetchenas".
"Não tenho nenhuma dúvida de que a morte dela esteja ligada à atividade profissional de Natalia que denunciava a arbitrariedade das forças da ordem de Ramzan Kadyrov", o presidente checheno pró-russo, declarou à AFP Tatiana Lokchina da Human Rights Watch.
Segundo ela, a forma com que foi sequestrada lembra os métodos usados por homens de Kadyrov.
O governo russo, no entanto, suspendeu em abril "a operação antiterrorista" que vigorou por mais de uma década na Tchetchênia, o que poderia simbolizar uma normalização.
O fato de o corpo da militante ter sido encontrado na Inguchétia "é uma tentativa de envolver o presidente inguche Iounous-Bek Evkourov" conhecido por dialogar com a sociedade civil e ele mesmo gravemente ferido num atentado suicida no final de junho, estima Alexei Malachenko, analista do centro Carnegie que se disse "chocado" com o episódio.
O chefe da diplomacia francesa, Bernard Kouchner, declarou-se "horrorizado" com a morte de Natalia Estemirova exigindo que os autores deste crime sejam julgados.
A presidência sueca da União Europeia também condenou esta morte "brutal".
Estemirova era ligada à jornalista Anna Politkovskaia, assassinada em 2006 em Moscou; um crime jamais elucidado.
Estemirova também foi a primeira pessoa a receber, em 2007, o Prêmio Anna Politkovskaia, entregue a militantes dos direitos humanos nas zonas de conflito. Ela também recebeu um prêmio do Parlamento sueco e a medalha Robert Schuman do Parlamento Europeu.
Comentário:
Mais um crime hediondo cometido pelos rapazes de Ramzan Kadyrov. Mataram uma cidadã russa. Será que Medvedev e Putin, vão lavar as mãos e nada fazer?
Fontes: G1 - AP -
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