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As buscas pelo Airbus A330 da Air France que fazia o voo 447, entre o Rio e Paris, contam com cinco aviões e dois helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB). A Marinha brasileira participará da operação com os navios patrulha Guarujá, que saiu de Natal (RN), Fragata Constituição, cujo ponto de partida será Salvador (BA), e Corveta Caboclo, que estava ancorada em Maceió (AL). Além disso, aviões da França e da Espanha e quatro navios mercantes também buscam pela aeronave.
A Aeronáutica comanda a operação a partir do segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), em Recife.
Nas buscas, um avião Bandeirante de patrulha marítima (P-95) decolou de Salvador, rumo a Fernando de Noronha. A ilha também foi o destino de um helicóptero Blackhawk. Para Natal, foram enviadas as aeronaves Bandeirante SR (SC-95) e Amazonas (SC-105) - as duas estavam em Campo Grande -,o Hércules (C-130) e um helicóptero Super Puma (H-34), que estava no Rio de Janeiro.
O Hércules levava a equipe do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, unidade de elite para operações de busca e resgate. Um avião desse mesmo modelo foi acionada para efetuar a rota inversa do voo 447.
Visualizar Local do desaparecimento do Airbus em um mapa maior
Ajuda internacional
A aeronave é procurada por quatro navios mercantes que circulam por aquela área do Oceano Atlântico. A pedido da Marinha brasileira, os navios mercantes Lexa Maersk, Jo Cedar, Ual Texas e Stolt Inspiration foram contatados via satélite e começaram sua busca.
Um avião da Força Aérea Francesa, o Atlântico 2 partiu de uma base francesa de Dacar, no Senegal, e faz o sentido contrário da rota do voo 447, da Air France. Esse avião é o primeiro do lado europeu a fazer esse percurso após o desaparecimento da aeronave.
Nesta terça-feira, 2, outros dois aviões (um Falcon 50 e outro Atlântico 2) vão partir de Dacar para concentrar as buscas no Golfo de Guiné, onde se supõe que o avião tenha desaparecido. A França também enviou um navio que estava na costa da Guiné para a região, mas ele estaria a algumas horas de viagem.
Os espanhóis também estão ajudando nas buscas e mandaram um avião da Guarda Civil. O avião de reconhecimento partiu da capital senegalesa, onde participa de um programa de prevenção à imigração ilegal na Europa, informou um porta-voz do Ministério de Interior espanhol.
O vice-chefe do centro de comunicação social da Aeronáutica, coronel Jorge Amaral, informou que a Força Aérea Americana se colocou à disposição para ajudar nas operações de busca.
Voo 447
O voo 447 levava 126 homens, 82 mulheres, 7 crianças e um bebê, além dos 12 tripulantes - 3 tripulantes técnicos e 9 comissários. Segundo a companhia, a aeronave entrou em funcionamento em 2005 e recebeu manutenção pela última vez em 16 de abril deste ano. O acidente é o mais grave da história da empresa. O avião deveria ter chegado a Paris às 11h (6h, horário Brasília), mas perdeu o contato.
Segundo a relação divulgada pela Air France, dos passageiros do Airbus desaparecido, são 61 franceses e 58 brasileiros. Porém, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que a Polícia Federal apurou que 52 brasileiros estavam no voo, e muitos desses passageiros têm dupla nacionalidade - brasileiros com naturalidade francesa e vice-versa -, o que dificulta o trabalho de checagem na lista de passageiros, que está sendo feito com ajuda da Polícia Federal.
Além disso, viajavam 26 alemães, nove italianos, seis suíços, cinco libaneses, quatro húngaros, três eslovacos, três noruegueses, três irlandeses, dois americanos, dois espanhóis, dois marroquinos e dois poloneses. Havia também um cidadão de cada um dos seguintes países: África do Sul, Argentina, Áustria, Bélgica, Canadá, Croácia, Dinamarca, Islândia, Estônia, Gâmbia, Holanda, Filipinas, Romênia, Rússia, Suécia e Turquia. Ainda não há previsão para a divulgação da lista com o nome dos passageiros.
Causas
Os motivos para o desaparecimento do Airbus A330 da Air France seguem desconhecidos. A Air France fez um relato das horas seguintes a sua decolagem do aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, às 19h (Brasília). Segundo a companhia, o avião atravessou uma zona de tempestades e turbulências fortes que poderiam ter afetado seus circuitos elétricos. Durante o voo, a 1.228 quilômetros de Natal, a aeronave informou perda de pressurização. O diretor de comunicação da companhia, François Brousse, declarou que também é possível que o avião tenha sido atingido por um raio.
Outra possível causa é a condição climática da região onde o avião teria desaparecido. Trata-se da chamada zona de convergência intertropical, onde há a formação de muitas áreas de instabilidade, com raios e tempestades. De acordo com a meteorologista da Climatempo, Fabiana Weykamp, esta hipótese não pode ser descartada, mas ela destaca que esta zona de convergência intertropical é muito conhecida de pilotos e companhias aéreas. Portanto, esta instabilidade da região seria levada em conta no plano de voo da aeronave da Air France.
Veja os contatos feitos pela aeronave:
- 19h30 (horário de Brasília) - a aeronave decolou do Aeroporto do Galeão
- 22h33 (horário de Brasília) - a aeronave realizou o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III), na posição INTOL que está localizada a 565 quilômetros de Natal (RN). Neste ponto, a aeronave informou que ingressaria no espaço aéreo de Dakar, a 1.228 quilômetros de Natal, às 23h20 (horário de Brasília).
- 22h48 (horário de Brasília) - a aeronave saiu da cobertura radar do Cindacta III, de Fernando de Noronha. As informações indicavam que a aeronave voava normalmente a 35.000 pés (11 quilômetros) de altitude e a uma velocidade de 453 KT (840 quilômetros por hora).
- 23h20 (horário de Brasília) - este era o horário estimado para o novo contado da aeronave, o que não aconteceu. O Cindacta III informou a falta de contato ao Controle Dakar.
- 02h30 (horário de Brasília), desta segunda-feira (dia 1º), o Salvero Recife acionou os meios de busca da Força Aérea Brasileira (FAB), com uma aeronave C-130 Hércules e uma P-95 Bandeirante de patrulha marítima, além do Esquadrão aeroterrestre de Salvamento (PARASAR).
- 8h30 (horário de Brasília), desta segunda-feira (dia 1º) - a Air France informou ao Cindacta III que a aproximadamente 100 quilômetros da posição Tasil, a 1.228 quilômetros de Natal, o voo 447 enviou uma mensagem para a companhia informando problemas técnicos na aeronave (perda de pressurização e falha no sistema elétrico).
Aeroporto em Fernando de Noronha vai funcionar 24 horas
Mapa divulgado pela Força Aérea Brasileira mostra o que se sabe até agora sobre o desaparecimento
O Aeroporto Fernando de Noronha vai funcionar 24 horas nesta segunda-feira (1º), segundo o gerente de operações Carlos Gouveia. A medida foi tomada porque há previsão de três aeronaves pousarem durante a madrugada. O horário normal de funcionamento do aeroporto é das 6h às 20h.
Ainda segundo Gouveia, a Central de Rádio vai trabalhar em conjunto com a Aeronáutica. As informações de pouso são passadas primeiro para a Aeronáutica e, em seguida, para a administração do aeroporto, que mobiliza seus funcionários. Ao todo serão 15 funcionários de sobreaviso na noite desta segunda.
Segundo Gouveia, o Aeroporto Fernando de Noronha funciona, neste momento, como suporte para o reabastecimento de aeronaves. A base de apoio às buscas deve funcionar no Aeroporto de Natal. Caso sejam encontrados destroços do Airbus a uma distância de 300 a 500 quilômetros da ilha, a base poderá funcionar no Aeroporto Fernando de Noronha.
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