FAB localiza destroços do Airbus-A330

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que os destroços encontrados nesta manhã pela Aeronáutica a 740 km do arquipélago de Fernando de Noronha são do Airbus-A330 da Air France.

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R99 da FAB, o descobridor dos destroços


Local onde foram encontrados os destroços.


O ministro Nelson Jobim afirmou que o avião caiu no local onde foram encontrados os vestígios. Os destroços foram encontrados em uma faixa de cinco quilômetros de comprimento.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou nesta terça-feira que o Airbus da Air France, desaparecido desde a noite de domingo (31) no oceano Atlântico, caiu a aproximadamente 400 milhas (740 km aproximadamente) do arquipélago de Fernando de Noronha e a 700 milhas de Recife (1.296 km).

Segundo o ministro, "a FAB [Força Aérea Brasileira] definiu que foram localizados materiais metálicos e não metálicos por volta da 0h30 [desta terça-feira] pelo [avião] Hércules no meio do oceano, em um raio de 5 km, a 400 milhas de Fernando de Noronha, em 9.785 km quadrados de área de busca, o que confirmam que avião acabou caindo nessa região".

Questionado sobre o que o levaria afirmar com certeza que os destroços encontrados são do Airbus-A330 que fazia o voo 447, Jobim afirmou que o fato de o material ter sido encontrado em um raio de 5 km é "suficiente".

"Para este efeito [o da identificação do avião] já é suficiente estes 5 km de materiais. Não há como supor que a maré tenha reunido 5 km de material trazido da praia", disse.

Jobim esteve reunido no Rio com familiares dos passageiros do avião como representante do governo brasileiro. "Venho prestar lamentações do governo brasileiros com familiares", afirmou o ministro.

Segundo ele, algumas famílias dos ocupantes do avião pediram que a identificação não seja divulgada e, por isso, a lista final das vítimas pode ficar incompleta.

o avião Hércules da Força Aérea Brasileira, identificou diversos materiais que compõem uma aeronave (fios e metais) em uma faixa de cinco quilômetros de extensão. Assim, segundo ele, não há mais dúvidas que se trata do Airbus que desapareceu nas proximidades da costa brasileira. Jobim disse que já solicitou ao Ministério das Relações Exteriores que comunique ao governo francês que o governo brasileiro vai começar as buscas dos corpos. Os corpos devem ser encaminhados para Recife.

Dois navios-patrulha da Marinha brasileira chegarão ao local na quarta-feira, 3, por volta das 11 horas, com equipe de mergulhadores e equipamentos próprios para resgate.

Voo 447

O Voo 447 levava 126 homens, 82 mulheres, 7 crianças e um bebê, além dos 12 tripulantes - 3 tripulantes técnicos e 9 comissários. Segundo a companhia, a aeronave entrou em funcionamento em 2005 e recebeu manutenção pela última vez em 16 de abril deste ano. O acidente é o mais grave da história da empresa, caso não sejam encontrados sobreviventes. O avião deveria ter chegado a Paris às 11h (6h, horário Brasília), mas perdeu o contato.

Segundo a relação divulgada pela Air France, dos passageiros do Airbus desaparecido, são 61 franceses e 58 brasileiros. Porém, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que a Polícia Federal apurou que 52 brasileiros estavam no voo - mais tarde alteraram o número para 57 -, e muitos desses passageiros têm dupla nacionalidade - brasileiros com naturalidade francesa e vice-versa -, o que dificulta o trabalho de checagem na lista de passageiros, que está sendo feito com ajuda da Polícia Federal.

Além disso, viajavam 26 alemães, nove italianos, seis suíços, cinco libaneses, quatro húngaros, três eslovacos, três noruegueses, três irlandeses, dois americanos, dois espanhóis, dois marroquinos e dois poloneses. Havia também um cidadão de cada um dos seguintes países: África do Sul, Argentina, Áustria, Bélgica, Canadá, Croácia, Dinamarca, Islândia, Estônia, Gâmbia, Holanda, Filipinas, Romênia, Rússia, Suécia e Turquia. Ainda não há previsão para a divulgação da lista com o nome dos passageiros.

Causas

A investigação das causas do acidente foi entregue ao Escritório de Investigações e Análises para a Segurança da Aviação Civil (BEA), da França. Os motivos para o desaparecimento do Airbus A330 da Air France seguem desconhecidos.

A Air France fez um relato das horas seguintes a sua decolagem do aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, às 19h (Brasília). Segundo a companhia, o avião atravessou uma zona de tempestades e turbulências fortes que poderiam ter afetado seus circuitos elétricos. Durante o voo, a 1.228 quilômetros de Natal, a aeronave informou perda de pressurização. O diretor de comunicação da companhia, François Brousse, declarou que também é possível que o avião tenha sido atingido por um raio.

Outra possível causa é a condição climática da região onde o avião teria desaparecido. Trata-se da chamada zona de convergência intertropical, onde há a formação de muitas áreas de instabilidade, com raios e tempestades. De acordo com a meteorologista da Climatempo, Fabiana Weykamp, esta hipótese não pode ser descartada, mas ela destaca que esta zona de convergência intertropical é muito conhecida de pilotos e companhias aéreas. Portanto, esta instabilidade da região seria levada em conta no plano de voo da aeronave da Air France.

Profundidade na área dos destroços chega a 3 mil metros

A área do oceano onde as buscas por destroços do Airbus A330-200 da Air France estão concentradas tem profundidade de 2 mil a 3 mil metros, afirmou o capitão-tenente da Marinha brasileira, Henrique Afonso à Reuters. A grande profundidade, juntamente com a distância do local dificultam as buscas por restos do avião.

"Esse tipo de resgate não poderá ser feito por avião e não poderá ser feito por helicóptero, porque é muito longe. A Marinha deve ter seus dados e informações mais precisos quanto ao resgate de material. A Aeronáutica não tem como resgatar esse material no mar", afirmou o coronel Jorge Amaral, vice-chefe do centro de comunicação social da Aeronáutica. O primeiro dos 5 navios da Marinha enviados ao local tem chegada prevista para as 11h de quarta-feira.

"O Comando da Aeronáutica precisa de pelo menos uma peça que tenha o número de série, tenha uma identificação, que seja compatível, que ela tenha pertencido àquela aeronave", disse a jornalistas em Brasília o coronel Jorge Amaral, vice-chefe do centro de comunicação social da Aeronáutica. "Se for confirmado, aí sim as buscas entram numa fase de resgate. Resgate das peças ou algo mais que seja encontrado", acrescentou.

Encontrados destroços do avião da Air France

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