Polícia responsabiliza igreja e IPT por desabamento do teto da Renascer

A polícia apontou nesta quinta-feira (28) responsáveis pelo desabamento do teto da Igreja Renascer em Cristo, ocorrido em 18 de janeiro. O relatório da polícia diz que houve negligência da igreja e dos técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Segundo o documento, os diretores da igreja contrataram uma empresa sem engenheiro responsável para fazer reformas no telhado em 2008.

Já os técnicos do IPT não teriam feito vistorias. Como a igreja é presidida pelo deputado Geraldo Tenuta Filho, o Bispo Gê, o inquérito pode ser enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que vai decidir se o deputado poderá ser processado. A defesa diz que o laudo da polícia científica isenta a igreja de qualquer responsabilidade. O desabamento da igreja, em janeiro, matou nove pessoas e deixou mais de cem feridos.




Responsabilidades

O advogado Luiz Flávio Borges D’Urso, que representa a Igreja Renascer em Cristo, disse nesta quinta que o laudo do Instituto de Criminalística (IC) “isenta” a igreja de responsabilidades sobre o acidente. A Renascer disponibilizou para a imprensa o laudo com as conclusões dos peritos do IC. A Secretaria da Segurança Pública informou que o delegado responsável pelo inquérito não irá comentar o laudo.

“O inquérito terá um novo rumo porque, na minha avaliação, esse laudo isenta de responsabilidade direta a igreja”, afirmou D’Urso. O laudo divulgado pela igreja aponta como uma das causas do desabamento a ausência de reforço metálico em uma das tesouras que sustentavam o telhado. “Sob aspecto conceitual, entendem os signatários que o tratamento dispensado à maior parte da estrutura (reforços metálicos) deveria ter sido empregado também na tesoura T14, para garantir a homogeneidade de comportamento estrutural do conjunto”, afirma o documento.

O reforço das tesouras ocorreu em uma reforma realizada durante 2000 na sede da Igreja. “Através dos documentos analisados, ensaios de laboratório e outros articuladamente expostos, concluem os peritos que o desabamento ocorreu em face de uma somatória de falhas observadas na reforma da estrutura no decorrer do ano 2000, tendo em vista a ausência de reforço metálico na tesoura T14, o que não foi observado pelos responsáveis e empresas contratadas na época para executar, fiscalizar e atestar os serviços”, diz o relatório.

O IPT teria emitido um relatório, em fevereiro de 2000, atestando que as tesouras T1 a T14 haviam sido reforçadas com vigas metálicas. A imprensa procurou o IPT, mas o instituto não havia se pronunciado até a publicação da reportagem.

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