Americanos estão correndo contra o tempo para produzir imunização. Processo industrial ainda é relativamente demorado, explica médico.
Luis Fernando Correia
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças, localizado em Atlanta, nos Estados Unidos, anunciou na última sexta feira (22) que havia recebido uma amostra do vírus influenza H1N1 que poderia ser utilizado na fabricação de uma vacina. A amostra que chegou ao CDC veio do laboratório do New York College, um grupo com muita experiência em desenvolvimento de vacinas. O próprio CDC também desenvolveu uma cepa do H1N1 que considera promissora.
Ao mesmo tempo, um laboratório sul-coreano anunciou a mesma descoberta, embora a notícia levante suspeitas. O laboratório asiático é chefiado por um pesquisador que esteve envolvido em uma polêmica quando anunciou a criação de embriões humanos clonados que na verdade não existiam.
O processo de criação de uma vacina contra um vírus envolve várias etapas.
A primeira é a identificação e reprodução em laboratório de uma cepa do vírus que seja capaz de induzir a formação de anticorpos em humanos. Essa amostra deve também ter a capacidade de se reproduzir em meios de cultura. Os mais utilizados são ovos de galinha e meios de cultura sintéticos.
Depois de identificado um vírus que possa ser transformado em vacina, esse material é encaminhado para os laboratórios farmacêuticos para produção em escala industrial. Agora o vírus terá de ser atenuado, ou seja, ficar um pouco mais fraco, porém sem perder as características de indução de anticorpos. Vencida mais essa etapa, começa a produção de um lote piloto de vacinas, que será então testado com relação à eficiência e segurança para os seres humanos.
Se estiver tudo certo com a vacina, os órgãos reguladores avaliam e liberam a produção da vacina e sua distribuição para o público. No caso do novo vírus da influenza H1N1, os cientistas esperam que esse processo todo esteja concluído até o final desse ano, se possível antes do inverno no hemisfério Norte.
Como podemos ver os especialistas estão correndo contra o relógio no caso do novo vírus da gripe. Outro problema potencial é que após tudo isso o vírus tenha se transformado por mutação, alterando suas características -- e a luta recomeça praticamente do zero.
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