O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiu nesta segunda-feira suspender as restrições às viagens e aos envios de remessas a Cuba, declarou um alto funcionário do governo.
Obama deu ordens aos Departamentos de Estado, do Tesouro e do Comércio para que, o quanto antes, comecem a eliminar estas restrições e facilitar as comunicações com a ilha.
Segundo o alto funcionário, o objetivo da iniciativa é "apoiar o desejo do povo cubano de determinar seu próprio destino".
A partir de agora, as pessoas que quiserem poderão enviar remessas e ajuda humanitária à ilha. Também foi suspenso o veto a produtos como sementes para plantações e artigos para pesca.
As remessas liberadas pelo governo americano poderão ter como destinatário qualquer cidadão de Cuba, com exceção de funcionários do regime, que não poderão se beneficiar das medidas.
Além disso, acabam as limitações relativas à duração e à frequência das viagens à ilha, acrescentou o funcionário.
Outro ponto da iniciativa tomada por Obama prevê um aumento nas comunicações entre americanos e habitantes de Cuba, além da intensificação dos contatos para a implementação de serviços deste tipo na ilha.
Deste modo, aqueles que estiverem fora de Cuba e tiverem interessem poderão comprar telefones celulares para cubanos.
As medidas foram acompanhadas por um "apelo claro" ao governo de Cuba para que não interfira nas remessas de dinheiro e produtos. "Ninguém deve intervir nas relações familiares cubanas, nem mesmo o Governo cubano", disse o alto funcionário.
Mudança na lei
O Congresso americano aprovou em março uma lei que proibia utilizar dinheiro público para restringir as viagens à ilha.
Até então, a legislação em vigor, de 2004, dizia que os cubano-americanos só poderiam viajar uma vez a cada três anos a Cuba, podendo enviar 300 dólares a cada três meses.
As restrições foram decretadas pelo então presidente George W. Bush.
Os cubano-americanos só puderam viajar livremente a Cuba durante um breve período de menos de cinco anos, entre 1977 e 1982.
O presidente democrata Jimmy Carter negou-se, em setembro de 1977, a renovar os impedimentos, mas seu sucessor republicano, Ronald Reagan, os reinstalou em abril de 1982.
Obama vai a Cúpula das Américas "zerar" relação regional
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai com comitiva de cerca de mil integrantes à 5ª Cúpula das Américas no fim desta semana, em Trinidad e Tobago, com objetivo de ouvir.
O próprio presidente norte-americano pretende aproveitar os quatro encontros em que estarão apenas os líderes das 34 nações do continente --Cuba excluída-- para se apresentar e falar com o maior número possível deles.
Não há nomes vetados nas conversas, nem o presidente venezuelano Hugo Chávez, que vem mudando para o positivo a retórica em relação ao democrata, nem o boliviano Evo Morales, que já propôs debandada em massa dos embaixadores da região nos EUA
"Ele não está indo a Trinidad com um plano para o hemisfério", disse Jeffrey Davidow em entrevista coletiva no começo da semana. "Ele está indo com a intenção de ouvir, discutir e lidar com seus colegas como parceiros", afirmou o diplomata. Veterano da região durante os anos Clinton (1993-2001), Davidow foi convocado pelo novo governo para ser o assessor especial para essa Cúpula.
A disposição de Obama se insere no espírito de sua política externa, de "zerar" as relações mais problemáticas herdadas de seu antecessor, o republicano George W. Bush. Foi assim, por exemplo, com a Rússia e o Irã. Será assim com a América Latina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário