Nova safra de netbooks

Segunda geração tem plataforma de processamento de baixo consumo. 'Estamos diante de uma imensa virada no mercado', diz especialista.


Netbooks da primeira geração foram marcados por chips Intel e sistema operacional Windows (Foto: Renato Bueno)

Uma nova categoria de netbooks, microcomputadores portáteis menores e mais baratos, pode abalar a estrutura do setor de tecnologia da informação este ano, e tem o potencial de trazer novos concorrentes para um mercado já altamente competitivo.

A maior mudança nos computadores de tamanho reduzido estará naquilo que eles não terão: chips da Intel ou o sistema operacional Microsoft Windows, que dominam os atuais netbooks.

Os novos netbooks, que consomem menos energia, utilizarão a plataforma de processamento ARM, de baixo consumo, que hoje equipa nove em cada 10 celulares, em lugar do chip Intel Atom, que segue a arquitetura x86. A ARM Holdings licencia o uso de sua tecnologia para chips.

Até 10 modelos de netbooks equipados com chips ARM podem chegar ao mercado este ano, de acordo com a própria companhia, que se recusou a identificar os fabricantes específicos. Grandes fabricantes de computadores e os produtores terceirizados asiáticos estão igualmente interessados, disseram analistas.

Virada no mercado

Rob Enderle, analista do Enderle Group, classificou os novos netbooks como "profundamente incômodos" para a estrutura atual, afirmando que "esse é um mercado que coloca em risco a estrutura atual do setor de computadores pessoais".

Embora os analistas digam ainda não ser claro se os consumidores adotarão com entusiasmo as novas máquinas ARM, o seu interesse foi despertado pela ênfase em eficiência energética, por preços que começam em R$ 200 e pela promessa de computação a qualquer lugar e a qualquer hora, em máquinas pequenas o bastante para caber em uma bolsa.

O que termina sacrificado é a familiaridade dos usuários com as interfaces convencionais dos computadores pessoais e seu imenso poder de processamento. Os netbooks Atom atuais, vendidos por entre R$ 300 e R$ 400, servem principalmente para acesso à internet e para aplicativos que não requeiram recursos gráficos sofisticados.

"Estamos bem no meio de uma imensa virada no mercado", disse Eric Openshaw, líder de tecnologia da Deloitte nos Estados Unidos.

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