Grupo tira a calça no Metrô durante 'No Pants Day' em SP

Combinada pela internet, ação coletiva foi nesta quinta-feira (16). Homens e mulheres ficaram de cueca e calcinha.


Grupo anda sem calça pelo Metrô em ação combinada pela internet (Foto: Daigo Oliva/)

"Viva o conforto. Abaixo às calças." Esse era o lema do grupo de pessoas que realizou na noite desta quinta-feira (16) um ato de ousadia: tirou as calças dentro do Metrô de São Paulo. É o “No Pants Day”, que tem a adesão, na maioria, de internautas. De acordo com o blog dos organizadores, o objetivo dos participantes era “ficar confortável, surpreender e levar bom humor a um dia comum das pessoas de São Paulo”.

O grupo se reuniu por volta das 19h na Praça Rodrigues de Abreu, junto à Estação Paraíso, na Zona Sul, e seguiu até a Estação Vila Madalena, na Zona Oeste. Na internet, os organizadores chegaram a afirmar que mais de 400 pessoas tinham confirmado presença.

No blog, estavam as regras, dicas e lembretes aos que decidiram entrar na brincadeira. O grupo deixa claro que a intenção “não é promover o nudismo, pornografia ou qualquer coisa desse tipo” e nem ofender os usuários do Metrô. Por isso, foi pedido que os participantes tivessem “bom gosto e respeito” ao escolher a cueca ou calcinha.

Entre as sugestões, estava a de usar calças fáceis de tirar, usar até duas peças para dar maior sensação de segurança e a de levar livros ou jornais para parecer sério enquanto estivessem no vagão ou na plataforma com as pernas de fora. “Se perguntarem por que está tirando as calças, diga que estava se sentindo desconfortável e continue agindo normalmente”, sugeriu um internauta no blog.


Jovem usa o celular enquanto viaja de Metrô (Foto: Daigo Oliva)

A turma dos “sem-calça” afirmou ainda que “não é contra a lei” ficar de samba-canção, cueca ou calcinhas estilo boxer (são um pouco maiores) no Metrô ou em qualquer lugar público. “Do contrário, não haveria carnaval”, alegaram.

Precedentes

Esse é o segundo evento em São Paulo marcado pela internet neste mês de abril. No dia 4, a praça do Obelisco, no Ibirapuera, na Zona Sul, recebeu cerca de 500 pessoas para uma guerra de travesseiros. Era o "International Pillow Fight Day" - o Dia Mundial da Guerra de Travesseiros, que também ocorreu em cidades como Londres e Paris.

Passageiros do Metrô de SP se surpreendem com grupo sem calça

Foi divertido, mas a brincadeira não foi como eles esperavam. Os organizadores do "No Pants Day em São Paulo", que ocorreu na noite de quinta-feira (16) no Metrô, reclamaram da divulgação do evento. "Ele tomou muita proporção e foi para a mídia. Não era para ser essa bagunça", disse a atriz Arianny Portela, de 20 anos, que usava blusa, casaco de lã e apenas calcinha. "Não tenho vergonha. Sou atriz."

O objetivo das cerca de 400 pessoas que se reuniram por volta de 19h na Estação Paraíso, Zona Sul de São Paulo, era simples: tiras as calças dentro dos vagões apenas para quebrar a rotina dos usuários dos trens e fazer uma "intervenção urbana" pacífica. Arianny riu das diferentes reações. "Teve uma mulher que fingiu que não era com ela. A outra ficou horrorizada", disse.

É que o cenário era, no mínimo, curioso. As plataformas das estações Paraíso, Trianon Masp e Vila Madalena (todas da Linha Verde) foram tomadas por jovens de cueca, calcinha e samba-canção. Tinha roupa íntima de renda, de estampa camuflada, de personagens infantis e até de seda. Os mais tímidos usavam camisas compridas por cima, mas mesmo assim aderiram ao movimento. "Foi engraçado. Tinha gente que nem estava no movimento e tirou a calça", afirmou a estudante Rafaela Oliveira, de 17 anos, que usava uma samba-canção. "É mais confortável".


Sem aperto

Ter conforto era uma das regras. No blog onde os internautas combinaram a ação simultânea, os organizadores pediam para os participantes vestir peças de tecidos moles e calças fáceis de tirar. O universitário Bruno Figueiredo, de 20 anos, ainda usava a camisa social e o crachá do trabalho.

"Acabei de sair de lá [do escritório]. Estou até perdendo prova por causa disso", revelou ele, que vestia a calça para tentar chegar à faculdade a tempo. "Fiquei sabendo ontem [quarta] pela minha tia, que participou. Foi engraçado, mas a maioria olhava com uma cara estranha."

Deve ter sido o mesmo semblante que o da secretária Elisabete Cassolatto, que colocava a mão no queixo e tentava entender o que tantos jovens fazam de cueca e calcinha em pleno horário de pico do metrô.

Ela estava no trem que seguia na direção oposta, pretendia ir para outro lugar, mas decidiu descer do vagão só para ver o que estava acontecendo na Estação Trianon Masp. "O que é isso?", perguntou. Depois de ter sido informada, disse: "isso é vida. Gosto de São Paulo e de ficar antenada, mas não sabia desse movimento".

Acompanhando cada passo do grupo, os seguranças do Metrô chegaram a isolá-lo. "Não deixaram a gente entrar nos vagões mais cheios", reclamou novamente a atriz Arianny. Os seguranças olharam toda a ação sem intervir. Só levantaram um pouco mais a voz, quando a plataforma da Trianon Masp ficou muito cheia.

A assessoria de imprensa do Metrô informou que não foram registrados problemas durante a brincadeira. Depois das pernas de fora, os jovens foram comemorar o fim do movimento em uma mesa de bar.

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