Daniel Dantas depõe para a CPI dos Grampos e diz que PF tem gravações ilegais
Dantas afirmou que, das 300 mil interceptações telefônicas realizadas na operação, grande parte tem origem ilegal. A operação investiga supostos crimes financeiros atribuídos ao banqueiro.
"Eu fui vítima de escuta ilegal pela estrutura coordenada pelo delegado Protógenes Queiroz. Não sei se a estrutura usada foi a da Polícia Federal ou da Abin [(Agência Brasileira de Inteligência]. O senhor Protógenes quer se colocar de vítima da situação", afirmou.
O banqueiro acusa Protógenes de agir em favor de "interesses empresariais" na Satiagraha. Na opinião de Dantas, o delegado repassou informações obtidas de maneira ilegal durante a operação para beneficiar empresas que tinham interesse na fusão da Oi com a Brasil Telecom.
O banqueiro negou ter espionado as ações do delegado durante a Satiagraha, como revelado por Protógenes à CPI no depoimento prestado na semana passada. "Nunca monitoramos o senhor Protógenes Queiroz. Eu só sabia que era uma investigação que acontecia a pedido do delegado Paulo Lacerda [ex-diretor geral da Abin]", afirmou.
O banqueiro disse, porém, que foi espionado pelo delegado durante as investigações da PF. "Eu tenho informações de que sim [fui espionado]. Não posso precisar de quem ou o quê. Mas tenho informações de que sim. E tenho informações de que na Satiagraha os grampos que foram feitos foram ilegais', afirmou.
A deputada Luciana Genro (PSOL-RS) ironizou a versão apresentada por Dantas à CPI. "Ou ele é injustiçado, ou um criminoso. O maior do colarinho branco no Brasil. Ele é o maior criminoso de colarinho branco que atua no Brasil. E tenta, por isso, desmoralizar a Polícia Federal, que é quem fez o trabalho que desvendou grande parte dos seus maus feitos."
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