O governo brasileiro mantém o apoio à realização da Conferência sobre Discriminação Racial realizada pelas Nações Unidas em Genebra, mas considera que as declarações do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, contra Israel "prejudicam o clima de diálogo e entendimento necessário" para a discussão internacional do tema, informou o Itamaraty em uma nota nesta terça-feira.
"O governo brasileiro tomou conhecimento, com particular preocupação, do discurso do presidente iraniano que, entre outros aspectos, diminui a importância de acontecimentos trágicos e historicamente comprovados, como o Holocausto", diz a nota.
Segundo o Itamaraty, o Brasil aproveitará a visita do de Ahmadinejad ao país, prevista para o próximo dia 6 de maio, para "reiterar ao governo iraniano suas opiniões sobre esses temas".
Ahmadinejad disse em seu discurso na conferência, nesta segunda-feira, que após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os aliados "recorreram a agressão militar para tirar as terras de uma nação inteira com o pretexto do sofrimento judeu". "Enviaram imigrantes da Europa, dos Estados Unidos para estabelecer um governo racista na Palestina ocupada", disse o presidente iraniano.
As declarações fizeram com que cerca de 40 diplomatas de países como Reino Unido e França deixassem o local durante o discurso.
Nove países nem foram à conferência por discordarem do rascunho de declaração final e considerarem que o encontro seria utilizado como um palanque contra os judeus: Israel, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Itália, Holanda, Polônia, Nova Zelândia, e Alemanha.
Na primeira edição da Conferência Mundial contra Racismo, em Durban, na África do Sul, participantes judeus disseram ter sido silenciados e ameaçados por ativistas árabes. Ao final, as delegações dos Estados Unidos e de Israel acabaram abandonando o evento quando foi apresentado um rascunho do texto da conferência no qual havia uma comparação entre o sionismo --movimento para estabelecer e manter o Estado de Israel-- e o racismo.
Leia a íntegra da nota do Itamaraty
Conferência de Revisão de Durban sobre Racismo
O Brasil atribui grande importância à Conferência de Revisão de Durban sobre Discriminação Racial, que ocorre em Genebra entre 20 e 24 de abril. Para alcançar os objetivos da conferência, o engajamento de todos no diálogo internacional é crucial.
O governo brasileiro tomou conhecimento, com particular preocupação, do discurso do presidente iraniano que, entre outros aspectos, diminui a importância de acontecimentos trágicos e historicamente comprovados, como o Holocausto. O governo brasileiro considera que manifestações dessa natureza prejudicam o clima de diálogo e entendimento necessário ao tratamento internacional da questão da discriminação.
O governo brasileiro aproveitará a visita do presidente Ahmadinejad, prevista para o dia 6 de maio, para reiterar ao governo iraniano suas opiniões sobre esses temas.
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