Americanos desenvolvem bioadesivo para reparar lesões cardíacas

da Efe

Cientistas do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, desenvolveram um novo suporte que permite cultivar células de músculo cardíaco para obter bioadesivos que poderão reparar lesões do coração, congênitas ou provocadas por um infarto.

O suporte, cuja descrição é publicada neste domingo (2) na revista "Nature Materials", é o primeiro a imitar as características estruturais e mecânicas do tecido muscular cardíaco com mais precisão do que os projetados no passado.

Trata-se de uma malha, como favos de mel, e bastante flexível, sobre a qual é possível cultivar células do tecido. Este remendo pode ser implantando depois no coração, e o substrato, fabricado com um polímero biodegradável, é absorvido pelo corpo, deixando intacto o novo tecido.

George C. Engelmayr Jr., principal autor do estudo e pesquisador da Divisão Harvard-MIT de Ciências da Saúde e Tecnologia, descobriu, enquanto esculpia a malha com um laser, que variando o tempo de consolidação, poderia conferir ao bioadesivo propriedades mecânicas específicas à mesma.

A equipe de Lisa E. Freed, diretora de pesquisa da Divisão de Ciências da Saúde e Tecnologia, também conseguiu que as células cardíacas de rato cultivadas sobre o bioadesivo crescessem com a orientação adequada e tivessem propriedades eletrofisiológicas similares a do miocárdio e outras células musculares.

Os criadores dizem que o bioadesivo ainda apresenta limitações, mas que já estão tentando resolvê-las. Uma delas é a grossura da malha, fina demais para reconstruir um miocárdio inteiro.

Segundo os pesquisadores, seria necessária uma malha mais grossa e composta por várias camadas.

A longo prazo, o objetivo da equipe é avançar no campo da medicina regenerativa e chegar a conseguir, de acordo com Freed, "uma biblioteca completa de suportes" com a qual seja possível reparar qualquer tecido.

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