União Européia prevê novo sistema financeiro após cúpula nos EUA

da Agência Lusa, em Lisboa

O presidente da Comissão Européia (braço executivo da União Européia), Durão Barroso, afirmou nesta segunda-feira que a atual crise econômica "exige um esforço sem precedente" e que a cúpula de 15 de novembro, nos Estados Unidos, vai dar origem a uma "reforma do sistema financeiro global".

"Estamos perante uma crise sem precedente, que exige um esforço sem precedente. Na cúpula de 15 de novembro, em Washington, vamos iniciar uma reforma do sistema financeiro global", afirmou José Manuel Durão Barroso, durante a conferência internacional "Os Desafios do Movimento Sindical", em Lisboa.

"É um processo de alcance profundo, não apenas para os Estados Unidos mas também para a Europa", acrescentou.

Na quarta-feira realiza-se uma reunião extraordinária da Comissão Européia para preparar a cúpula de 15 de novembro.

"Estamos trabalhando ativamente para apresentar uma posição unida da Europa", disse Barroso aos jornalistas à margem do evento, citando existir já "um grande consenso" em torno de princípios e regras fundamentais.

Entre eles, o presidente da Comissão Européia destacou os princípios da transparência, responsabilidade, aceitação de supervisão além das fronteiras e de administração global, que acompanharão mecanismos concretos, como por exemplo de alerta precoce de crises financeiras.

O objetivo, de acordo com Barroso, é desencadear um processo "que irá culminar com a reforma das próprias instituições financeiras internacionais".

"Penso que neste momento há condições como nunca houve antes para que se proceda a essa reforma global do sistema financeiro", disse o responsável, lembrando que "há algumas semanas atrás", sobretudo da parte dos EUA, não havia abertura para considerar este tipo de reformas.

"Uma crise pode também ser uma oportunidade. Se não for agora, quando será? A realidade acaba por se impor de uma tal forma que é necessário aproveitarmos esta situação, que é grave, para proceder a algumas reformas", sustentou.

Durão Barroso ainda destacou a necessidade de uma posição unida entre as grandes potências para responder a uma crise global.

"Ou nadamos todos juntos ou vamos todos ao fundo", concluiu.

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