Os ataques especulativos contra o Real, jogando a cotação do dólar para cima, continuam esta semana. O Banco Central repetirá a tática das últimas semanas, com seus leilões de swap cambiais capazes de torrar bilhões de dólares das reservas internacionais do País.Henrique Meirelles só preferiu não adiantar ontem se o BC fará operações de swap de moedas (troca de reais por outras moedas, como dólares) com outros bancos centrais, conforme se especulou semana passada.
A tendência também é de mais perda de pontos na Nova Bolsa (Bovespa-BM&F), com grandes investidores aproveitando para comprar ações em baixa de grandes empresas. Ainda esta semana, os nove membros do Comitê de Política Monetária, sob a batuta de Henrique Meirelles, se reúnem para definir o rumo da Selic, hoje em 13,75% ao ano. Tudo indica que tudo ficará do jeito que está. No máximo, o BC deve dar uma interrompida no processo de alta da taxa básica de juros, realizado nas quatro reuniões anteriores do Copom.
Meirelles informou que se encontrou com investidores e autoridades monetárias dos EUA. Meirelles ouviu que a limitação de crédito nos mercados ainda é bastante intensa, com risco de agravamento da liquidez global.
Aqui no Brasil, a “marolinha” vai se transformando em um tsunami cancerígeno com a alta do dólar. As dívidas das empresas em moeda estrangeira seriam hoje de US$ 60 bilhões. Com a alta de 20% da moeda norte-americana no terceiro trimestre, a expectativa é que as despesas com juros e câmbio consumam R$ 17,067 bilhões. O montante deve comprometer 71% do lucro operacional das empresas abertas. A previsão é da consultoria Economática - que analisou dados de 241 empresas, excluindo Vale e Petrobras, nos últimos nove trimestres.
Encontro marcado a contragosto
Na próxima quinta-feira,Henrique Meirelles e o ministro da Fazenda Guido Mantega já confirmaram presença na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado.
Os dois vão informar aos integrantes da comissão detalhes sobre as medidas definidas pelo governo para conter os efeitos da crise econômica.
Meirelles vai a contragosto ao Senado, já que alegou não ser função do BC participar desse diálogo político entre o Executivo e o Legislativo, uma vez que existe um ministro encarregado dessa articulação.
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