OIT prevê 20 milhões a mais de desempregados devido à crise financeira

da France Presse, em Genebra
com Folha Online

A crise financeira pode colocar na rua 20 milhões de pessoas em todo o mundo até o final de 2009, afirmou o diretor geral da OIT (Organização Internacional do Trabalho), Juan Somavía, em uma entrevista coletiva à imprensa.

Segundo as estimativas da OIT apresentadas por Somavía, "o número de desempregados poderá subir de 190 milhões em 2007 para 210 milhões no final de 2009", e inclusive ser maior se a crise se agravar.

"Precisamos de uma ação rápida e coordenada dos governos para evitar uma crise social que poderá ser grave, prolongada e mundial", acrescentou o chileno.

Segundo o relatório anual da OIT, divulgado na semana passada, a globalização não apenas "falhou em contribuir no desenvolvimento da produtividade global e na criação de empregos" como também "intensificou a instabilidade econômica".

"Globalmente, crises no setor bancário foram 10 vezes mais freqüentes nos anos 90 do que no final dos anos 70", diz o documento. "O desemprego deve aumentar em conseqüência da queda no investimento e isso pode intensificar ainda mais as desigualdades de renda", afirmou a OIT.

A atual crise financeira, com os abalos provocados nas empresas em Wall Street, pode contribuir para que o número de empregos perdidos na cidade de Nova York nos próximos dois anos chegue a 165 mil, segundo a agência de notícias Associated Press (AP).

O dado representa quase o dobro da projeção feita pelo escritório do auditor público de Nova York, William Thompson, em julho, segundo dados que devem ser divulgados oficialmente nesta quarta-feira.

Os novos números mostram que a economia de Nova York vem sendo mais atingida pela tendência de enfraquecimento que se verifica em outros pontos do país que o estimado antes. Além disso, a perda de empregos na cidade começa a atingir outros setores da economia, não estando contida às empresas financeiras.

O mercado de trabalho americano registrou perdas líquidas de vagas em todos os meses deste ano até setembro. No mês passado, foram fechados 159 mil postos de trabalho no mês passado, maior queda desde março de 2003. A taxa de desemprego, por sua vez, ficou em 6,1%, mesma de agosto. O número de pessoas desempregadas no país ficou em cerca de 9,5 milhões, praticamente estável em relação a agosto. Nos 12 meses até setembro, o número de desempregados no país cresceu em 2,2 milhões e a taxa de desemprego cresceu em 1,4 ponto percentual.

Segundo pesquisa da firma de fornecimento de mão-de-obra terceirizada Challenger, Grey & Christmas, cerca de um em cada seis empregos perdidos neste ano será do setor financeiro --a pesquisa, no entanto, foi feita antes da recente onda que quebras e problemas em empresas em Wall Street. No ano passado, o setor financeiro americano perdeu 153 mil empregos, segundo a pesquisa.

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