Mercados, da lógica ao medo

Carlos Alberto Sardenberg



A questão agora é a seguinte: supondo uma recessão mundial, com queda de investimento e consumo, o faturamento e o lucro das empresas vão cair.

Logo, o valor de suas ações será necessariamente menor. Assim, é lógico que as bolsas devem cair. Essa é uma típica explicação de economista: conta uma história correta, mas que não serve para nada. O que todo mundo
quer saber é qual o valor das ações em um ambiente de recessão mundial.

Ou, qual o ponto em que as bolsas mundiais se estabilizarão por já estarem adequadas ao tamanho da recessão? E não se pode responder porque não é possível definir as variáveis principais: o tamanho e a duração da recessão, os países que serão mais sacrificados e os setores que cairão mais.

Assim, o movimento nos mercados segue na base das emoções elaboradas em cima de dados e algum raciocínio. Dados sobre a economia real - faturamento e lucro das empresas e corte de empregos – e a lógica que leva à recessão e, pois, à queda dos mercados.

Aí vem o medo: vender antes que o mundo acabe. Mas também, em diversos momentos, aparece a cobiça: ações a preço de banana?

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