Em dia caótico, Bolsas em NY oscilam de queda de 12% a alta de quase 1%


o índice Dow Jones Industrial Average, principal da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês), oscilou de uma perda que chegou a 12% nos primeiros movimentos do dia a uma alta de mais de 0,5%. Sem saber que direção a economia do mundo poderá tomar diante da crise financeira, os investidores seguem sem rumo durante a jornada de hoje.

Às 11h23 (em Brasília), as perdas estavam menos pronunciadas: o Dow Jones estava em queda de 0,86%, indo para 8.499,70 pontos. O S&P 500, também da Nyse, caía 0,75%, para 903,11 pontos. A Bolsa Nasdaq, que abriu em baixa de quase 3%, estava em ligeira variação negativa de 0,04% para 1.644,52 pontos.

No Brasil, a Bovespa teve os negócios interrompidos após cair mais de 10% logo após a abertura das operações em Wall Street. Na Europa, as perdas ainda são acentuadas: em Londres, Paris e Frankfurt, os índices oscilam entre perdas de 7% a 9%.

As perdas se seguem ao dia em que o índice Dow jones caiu mais de 7%, com os investidores cada vez mais antecipando um cenário de recessão global.

O presidente americano, George W. Bush, deve se pronunciar hoje em rede de TV para falar sobre a volatilidade vista nos mercados financeiros. Nesta semana, o presidente já havia dito que adotaria uma "ação forte" contra a crise. Ele também deve receber os ministros das Finanças dos países mais industrializados e os membros do FMI e do Banco Mundial para os debates sobre a crise econômica amanhã, segundo a Casa Branca.

Seis dos principais bancos centrais do mundo --Federal Reserve (Fed, o BC americano), Banco do Canadá, Banco da Inglaterra (BC britânico), BCE (Banco Central Europeu), Sveriges Riksbank (da Suécia) e SNB (Banco Nacional da Suíça, na sigla em inglês)-- cortaram suas taxas de juros, esperando que o esforço conjunto fosse visto como um estímulo para novas ofertas de crédito. Além disso, o governo britânico anunciou um pacote bilionário para evitar quebras de bancos.

A União Européia (UE) também se juntou ao esforço, prometendo uma ação coordenada para salvar o setor financeiro da região. Os EUA, por sua vez, contribuíram com o polêmico pacote de US$ 700 bilhões, aprovado pelo Congresso, para evitar que novas quebras, como as dos bancos Lehman Brothers e Washington Mutual, voltassem a ocorrer.

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) retomou os negócios em queda de 6,21%, após uma interrupção de meia hora devido ao acionamento do mecanismo chamado de "circuit breaker". Esse mecanismo é acionado toda vez que o índice Ibovespa fica 10% mais baixo que o fechamento do pregão anterior. Hoje, o mercado entra em pânico novamente com as notícias de que empresas não-financeiras dos EUA já sofrem "na carne" os efeitos da crise financeira --por lá, o Dow Jones já teve queda de 12% e alta de 0,5%.

O dólar comercial é cotado a R$ 2,267 na venda, em forte alta de 3%. O Banco Central já promoveu um leilão de venda de dólares, com queima de reservas. Um novo leilão de "swap" cambial está programado para as 12h45. Esse leilão equivale a uma venda de dólares no mercado futuro e pode contribuir para segurar a disparada das cotações.

Após a retomada dos negócios, o "circuit breaker" ganha novo limite: somente será acionado novamente se o Ibovespa desabar 15%. Nesse caso, o pregão é interrompido novamente, mas desta vez por uma hora. No último dia 6, quando o "circuit breaker" foi acionado por duas vezes, a Bovespa criou uma regra de ocasião, exclusiva para aquela jornada de negócios: o novo limite de queda passou a ser 20%.

A Bovespa já informou que essa regra também será válida para hoje. Se realmente o Ibovespa acusar queda nesse nível, o pregão deve ser interrompido até as 16h30, quando reinicia as operações, sem suspender os negócios até as 17h, horário de fechamento.

Nos Estados Unidos, em cerca de uma hora de negócios, o índice Dow Jones Industrial Average, principal da Nyse, oscilou de uma perda que chegou a 12% nos primeiros movimentos do dia a uma alta de mais de 0,5%. Sem saber que direção a economia do mundo poderá tomar diante da crise financeira, os investidores seguem sem rumo durante a jornada de hoje.

Às 11h23 (em Brasília), as perdas estavam menos pronunciadas: o Dow Jones estava em queda de 0,86%, indo para 8.499,70 pontos. O S&P 500, também da Nyse, caía 0,75%, para 903,11 pontos. A Bolsa Nasdaq, que abriu em baixa de quase 3%, estava em ligeira variação negativa de 0,04% para 1.644,52 pontos.

em efeito

O nervosismo dos investidores é ainda mais grave porque sucede após uma série de medidas dos governos americanos e europeus para deter os desdobramentos da crise dos créditos "subprime" (empréstimos hipotecários de alto risco), sem que consiga acalmar os mercados financeiros.

Nas últimas semanas, o Congresso americano já aprovou um pacote bilionário (US$ 700 bilhões) para resgatar créditos problemáticos, ainda em fase de implantação; a medida que já foi replicada na Inglaterra e na Rússia; uma série de instituições financeiras já foram "salvas" da falência por intervenções diretas dos governos locais, a exemplo de gigante americana dos seguros, a AIG, ou do banco alemão Hypo Real Estate; e outros muitos bancos já foram engolidos por rivais de longa data, caso da Merrill Lynch, comprada pelo Bank of America.

Sem esquecer das injeções de bilhões de dólares quase diárias por parte dos bancos centrais para aquecer a circulação de recursos entre os bancos. No dia 29 de setembro, dez BCs anunciaram uma oferta de US$ 620 bilhões em liquidez (dinheiro); em outra ação conjunta posterior, outros seis BCs anunciaram leilões de US$ 450 bilhões até o fim do ano para garantir que não ocorra falta de dinheiro.

E nesta semana, seis bancos centrais --Federal Reserve (Fed, o BC americano), Banco do Canadá, Banco da Inglaterra (BC britânico), BCE (Banco Central Europeu), Sveriges Riksbank (da Suécia) e SNB (Banco Nacional da Suíça, na sigla em inglês)-- cortaram suas taxas de juros ao mesmo tempo, esperando que um barateamento do crédito aliviasse também a pressão sobre a taxa Libor (juro interbancário no mercado internacional), facilitando as trocas de capitais entre as instituições bancárias. Além disso, o governo britânico anunciou um pacote bilionário para evitar quebras de bancos.

Brasil

O governo brasileiro também já tomou uma série de medidas para prevenir o contágio do país. Desde a segunda quinzena de setembro, o Banco Central aumentou suas intervenções sobre o mercado de câmbio, promovendo leilões de venda de dólares, com queima de reservas, e de "swap" cambial.

O governo também mexeu no recolhimento de depósitos compulsórios, o dinheiro obrigatoriamente retido pelos bancos no BC. Em três medidas diferente, já foram liberados R$ 60 bilhões para o sistema bancário, com alvo nos bancos pequenos e médios, os mais afetados pela crise.

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