Craig Barrett, da Intel, fala sobre a crise


Em 35 anos de trabalho no setor de tecnologia, o presidente do conselho de administração da Intel, Craig Barrett (foto), enfrentou cerca de 10 recessões. "Vivemos altos e baixos, e toda vez que o mercado foi para baixo, tomamos a mesma atitude: é preciso continuar investindo, porque, quando o mercado se recupera, você se torna mais forte. E a única maneira de se tornar mais forte quando sair da recessão é investir durante esse período, com novos produtos e nova tecnologia", afirmou o executivo, que de 1998 a 2005 presidiu a empresa, maior fabricante de chips do mundo.

Na semana passada, Barrett visitou o País e assinou, na quinta-feira (9/10), acordos em projetos de educação com a Fundação Bradesco e a secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Na sexta, ele participou de um almoço de executivos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo. Barrett conversou com o Estado logo depois do evento.

O executivo não se surpreendeu com o fato de o presidente Lula ter tratado da crise financeira mundial em seu discurso."O mundo mudou nas últimas duas semanas", disse o chairman da Intel. "O presidente falou um pouco sobre o compromisso brasileiro em trabalhar com os Estados Unidos para melhorar as relações entre os países e melhorar o comércio. Ele falou um pouco da crise financeira. Ninguém consegue deixar de falar da crise financeira atualmente"

Os empresários brasileiros se preocuparam muito com a alta do dólar na semana passada. Barrett brincou que, enquanto o real subia em relação à moeda americana, as pessoas não se preocupavam por aqui. O executivo destacou que, depois de todas as crises econômicas que enfrentou, a solução encontrada pela Intel foi "se preocupar somente com coisas que pode controlar".

"Isso significa que nos preocupamos com nossos investimentos, nossos produtos e nossa posição competitiva", disse o executivo. "Não nos preocupamos com o sistema econômico, porque não podemos controlar isso. Nós sabemos que, se não continuarmos a investir em novos produtos e tecnologias, vamos perder nossa posição competitiva. Sempre adotamos a filosofia de que não se sai da recessão com poupança, mas com investimento."

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