Bovespa sofre baixa de 10%

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) registrou queda de 10% nesta quarta-feira, o que levou ao acionamento do mecanismo do "circuit breaker", às 14h24, o que interrompe o pregão por meia hora. O pessimismo dos investidores com a economia global gera um novo dia de estresse no mercado mundial, um mês após a quebra do banco americano Lehman Brothers.

Trata-se da quarta vez, em menos de um mês, que o pregão da Bolsa é interrompido. Como já foi acionado uma vez hoje, esse mecanismo somente será "ligado" novamente quando a Bolsa alcançar uma queda de 15%, quando o intervalo será de uma hora.

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O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, desvalorizou 10% e atinge os 37.412 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,08 bilhões.

O dólar comercial é negociado a R$ 2,181 na venda, com avanço de 4.20%. A taxa já oscilou entre a cotação mínima de R$ 2,082 e a máxima de R$ 2,191. O Banco Central já entrou no mercado por duas vezes. A primeira, às 10h20, quando realizou um leilão de venda de dólares, com queima de reservas. E a segunda, às 11h, quando promoveu outro leilão de venda, mas desta vez com um compromisso de recompra. A autoridade monetária programou um leilão de "swap" cambial para o início desta tarde.

Os números mais recentes da economia americana preocuparam ainda mais os investidores, após um alívio inicial com os mais de US$ 2 trilhões já anunciados pelos governos europeus e dos EUA para resgatar o sistema financeiro. Economistas temem que as economias centrais do planeta não escapem da vala comum de uma recessão, ou de uma desaceleração brusca do crescimento, em mais um desdobramento da crise dos créditos "subprimes".

Bancos e varejo nos EUA

As notícias do setor financeiro azedam o humor dos investidores nesta quarta-feira: dois grandes bancos americanos revelaram os efeitos da crise em seus balanços. O lucro do Wells Fargo caiu 24% (mas superou as estimativas), enquanto o JP Morgan registrou um resultado 84% abaixo dos números de 2007 por causa de problemas com empréstimos.

Para piorar o cenário, a macroeconomia também não fornece melhores números. As vendas no varejo dos Estados Unidos caíram com a maior intensidade em três anos: uma retração de 1,2%, ante a expectativa de um declínio de 0,7%, estimado por analistas do setor financeiro.

Os dados confirmam a tendência atual dos norte-americanos de reduzir seus gastos ante a crise financeira e a dificuldade de ter acesso ao crédito. O resultado apresenta um aumento significativo do risco de recessão nos Estados Unidos, uma vez que o consumo responde por dois terços da atividade econômica do país.

Analistas têm elogiado as iniciativas dos governos europeus e dos EUA para capitalizar os bancos às voltas com os problemáticos créditos "subprimes". O montante superior a US$ 2 trilhões realmente funcionou para acalmar os mercados quanto a uma possível derrocada do sistema financeiro global.

Os economistas, no entanto, apostam que o "lado real" da economia não se mantenha a salvo dos efeitos da crise financeira e já trabalham com a perspectiva de que as economias centrais (EUA e Europa) caiam em recessão ou, no mínimo, tenham uma forte desaceleração do crescimen

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