Bovespa sobe 2,48% em nova trégua da crise; dólar retrai para R$ 2,15

da Folha Online

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) mantém o ritmo de ganhos no pregão desta quarta-feira. Investidores contam as horas para o anúncio do Federal Reserve (banco central dos EUA), que revela hoje a nova taxa de juros americana, hoje em 1,5% ao ano. Analistas esperam um ajuste para 1%, mas há uma corrente de economistas que acredita em um corte de 0,75 ponto percentual.

E ainda hoje, após o encerramento dos negócios, o Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia a nova taxa básica de juros no Brasil, atualmente em 13,75%. Economistas estimam que o colegiado do Banco Central opte por manter a taxa até a próxima reunião.

O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, valoriza 2,48% e atinge os 34.213 pontos. O giro financeiro é de R$ 1,04 bilhão.

O dólar comercial é negociado a R$ 2,150 na venda, em decréscimo de 1,73% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 513 pontos, número 3% abaixo da pontuação anterior.

As ações sobem com força nas Bolsas européias, à exceção do mercado de Frankfurt, onde o índice Dax aponta baixa de 0,34%. Nos EUA, a Bolsa de Nova York ganha 0,55%.

Entre as primeiras notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA mostrou que o nível de encomenda dos bens duráveis teve um alta surpreendente de 0,8% em setembro. Analistas do setor financeiro esperavam um declínio de 1,5%.

No front corporativo, a Usiminas apurou lucro líquido de R$ 880 milhões no terceiro trimestre deste ano, resultado 16% superior ao ganho contabilizado no mesmo período em 2007.


Câmbio

O mercado de câmbio negocia a moeda americana a R$ 2,1590 para venda, o que representa um decréscimo de 1,32% sobre a cotação de ontem. A chamada "super-quarta" promete ser um dos dias mais tensos da semana para o mercado financeiro. Além de uma bateria de indicadores dos EUA, epicentro da crise financeira que abala a economia global, o Copom brasileiro e o Federal Reserve, nos EUA, anunciam hoje a nova taxa básica de juros de seus respectivos países.

Indústria

O ICI (Índice de Confiança da Indústria) da FGV (Fundação Getulio Vargas) caiu 11,7% neste mês, ao passar de 120,2 em setembro para 106,1 pontos na leitura divulgada nesta quarta-feira (considerando dados sem ajuste sazonal).

Para os próximos seis meses os empresários se mostraram mais pessimistas: das 1.101 empresas consultadas, 40,4% prevêem melhora e 10,1%, piora da situação dos negócios no período. Trata-se do pior resultado para esse quesito da sondagem desde julho de 2003, quando estas parcelas haviam sido de 35,5% e 22,9%, respectivamente.

Entre julho e outubro, o índice caiu de 120,8 para 105,3 pontos (com ajuste sazonal), o menor nível desde janeiro de 2006 (99,1 pontos). A queda acentuada sinaliza desaceleração de atividade econômica em outubro e pessimismo em relação aos próximos meses.

Em outubro, tanto o ISA (Índice da Situação Atual) quanto o IE (Índice de Expectativas) recuaram frente ao dado divulgado em julho --o primeiro, de 127,5 para 109,4 pontos, e o segundo, de 114,1 para 101,5 pontos, respectivamente.

"A avaliação feita a respeito do nível atual de demanda piorou bastante entre julho e outubro de 2008", informou a FGV em um comunicado. A parcela de empresas avaliam o nível atual de demanda como "forte" caiu de 29,1% para 16,6%; já a das que consideram esse nível "fraco" aumentou de 2,7% para 11,9%.

A coleta de dados para o índice de outubro foi realizada entre os dias 1º e 27 deste mês.

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