da Folha Online
As Bolsas européias registram alta nesta terça-feira. Ontem, o governo francês decidiu injetar recursos nos seis principais bancos privados do país até o fim do ano, o que deu ânimo aos investidores hoje. A possibilidade de um novo pacote de estímulo à economia nos EUA também animou os negócios tanto na Europa como na Ásia.
Às 7h49 (em Brasília), a Bolsa de Londres estava em alta de 0,37% no índice FTSE 100, indo para 4.298,68 pontos; a Bolsa de Paris subia 2,38% no índice CAC 40, indo para 3.530,58 pontos; a Bolsa de Frankfurt tinha alta de 0,93% no índice DAX, operando com 4.880,04 pontos; a Bolsa de Amsterdã tinha alta de 1,85% no índice AEX General, que estava com 274,39 pontos; a Bolsa de Milão tinha alta de 0,95% no índice MIBTel, que ia para 17.130 pontos; e a Bolsa de Zurique estava em alta de 1,85%, com 6.331,45 pontos no índice Swiss Market.
A injeção de recursos nos bancos franceses deve ser de cerca de US$ 14 bilhões, segundo a ministra da Economia, Christine Lagarde. Os bancos beneficiados serão Crédit Agricole, BNP Paribas, Societé Générale, Crédit Mutuel, Caisse d'Epargne e Banque Populaire.
"A meta e dar apoio aos empréstimos na economia. Os seis bancos foram escolhidos devido ao papel-chave que desempenham no financiamento da economia francesa", disse o analista Jean Pierre Lambert, da Keefe, Bruyette & Woods, ao diário britânico "Financial Times".
Além da medida do governo francês, o presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Ben Bernanke, disse ontem ver como apropriada a discussão sobre um segundo plano de estímulo fiscal para relançar a economia. Segundo ele, a perspectiva para a economia dos EUA é de que "permaneça fraca por diversos trimestres", com o "risco de uma desaceleração acentuada".
A idéia de um novo pacote de estímulo já havia sido sugerida pela presidente da Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados), Nancy Pelosi, no início deste mês. Ela disse que o país precisa de um novo pacote de estímulo à economia, de US$ 150 bilhões, aos moldes do que foi aprovado em fevereiro deste ano, de US$ 168 bilhões.
O pacote de US$ 168 bilhões ajudou a fazer a economia americana andar: o dinheiro extra favoreceu os gastos dos consumidores entre abril e julho, o que se refletiu nos dados do PIB (Produto Interno Bruto). No segundo trimestre, a economia cresceu 2,8% (ligeiramente menor que os 3,3% em um cálculo prévio). Analistas dizem, no entanto, que, sem o benefício do dinheiro extra, nos próximos trimestres o desempenho econômico americano deverá ser inferior.
Na Ásia e região, a possibilidade de um novo estímulo à economia americana favoreceu os negócios hoje. A Bolsa de Tóquio encerrou o dia com a terceira alta seguida, de 3,3%, aos 9.306,25 pontos; na Indonésia, o mercado subiu 0,60%; a Bolsa de Xangai também operou grande parte do dia no azul, antes de recuar 0,78% no fim do dia; a Bolsa de Seul (Coréia do Sul) teve queda de 0,95%; e em Hong Kong, o mercado fechou com queda de 1,84%. Na Austrália, os ganhos foram de 3,73%.
O setor de tecnologia mostrava um desempenho menos positivo, devido à expectativa de uma queda no consumo no mundo todo, diante da debilidade da economia. A fabricante americana de microchips divulgou resultados trimestrais abaixo do esperado, o que também afetou o setor. As ações da fabricante européia de microchips STMicroelectronics caíam 3%; as da Ericsson caíam 2,9%.
Já as da fabricante francesa de equipamentos de telecomunicação Alcatel-Lucent subiam 2,9%, depois do anúncio de que irá construir um sistema de redes comerciais de banda larga na Armênia.
Crise
A crise começou há mais de um ano com o aumento da inadimplência no segmento de hipotecas "subprime" (de maior risco) do mercado imobiliário americano. A crise levou a um problema maior no mercado mundial de crédito, que acarretou prejuízos bilionários a gigantes financeiros como Citigroup e UBS.
Contra a crise, o Congresso aprovou no início deste mês um pacote, proposto pelo governo, de US$ 700 bilhões, para ser empregado no resgate das empresas financeiras americanas.
Na semana passada, o presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou a utilização de US$ 250 bilhões do pacote para comprar ações de bancos, como parte dos esforços para restaurar o fluxo de crédito no sistema bancário.
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