A Bolsa de Tóquio (Japão), a principal do mercado da Ásia-Pacífico, voltou a abrir em queda nesta terça-feira e caiu a um patamar inédito em mais de 26 anos. O índice Nikkei, que mede as negociações do mercado, operava após a abertura abaixo dos 7.000 pontos, com o medo dos investidores em relação a uma recessão global.
Nesta terça, os mercados da região abriram em queda e operavam sem tendência definida no meio da manhã. A Austrália tinha baixa de 1,54%; a China retraía 1,95%; a Indonésia perdia 6,43%; Hong Kong subia 3,69%.
O mercado asiático registrou perdas expressivas ontem: a Bolsa de Tóquio chegou a operar em alta fechou com o menor resultado em pontos desde 1982, com queda de 6,4%, aos 7.162,90 pontos. Em Hong Kong, a Bolsa caiu 12,70% no fechamento. Na Austrália, a queda foi de 1,65%. depois de abrir em baixa, a Coréia do Sul subiu 0,82%, enquanto a China afundou 5,45%.
O iene bateu recorde ontem ante o dólar, o que prejudica as exportações japonesas, sobretudo do setor de tecnologia. Gigantes como a Canon e a Panasonic registram fortes quedas em seus ativos, enquanto a fabricante de veículos Honda vê seus papéis caírem pela metade.
"O iene forte tem bastante impacto, e a preocupação com os ganhos das empresas cresce", afirmou Yumi Nishimura, da Daiwa Securities. "Podemos falar o quanto quisermos sobre valores e ações baratas, mas os investidores estão tão nervosos com compras que se preocupam com o futuro."
Medidas
O primeiro-ministro japonês, Taro Aso, anunciou nesta segunda-feira uma série de novas medidas para apoiar os mercados financeiros, entre elas o aumento de um fundo governamental destinado a injetar capital nos bancos em caso de necessidade.
Aso declarou ainda que o Japão vai reforçar a regulamentação das vendas a curto prazo (a venda especulativa de ações, destinada a gerar lucro prevendo a queda dos títulos). O premiê não revelou o novo valor destinado ao fundo governamental de apoio aos bancos.
O ministro delegado para Política Econômica e Orçamentária, Kaoru Yosano, declarou no domingo que o Japão elevaria de 2 bilhões de ienes a 10 bilhões de ienes (cerca de US$ 107 milhões) o teto de intervenção do governo para sustentar eventualmente os bancos com dificuldades.
No Japão, ministros e representantes do G7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo) se reuniram para discutir sobre a crise. Em comunicado, líderes de Estados Unidos, Japão, França, Reino Unido, Itália, Canadá e França afirmaram que continuarão 'vigiando de perto os mercados e cooperando de maneira apropriada' ante a turbulência financeira global.
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